Nesta data dedicada ao amor, questiono sobre o que é que é para cada um amar, o que é o amor.
Para uns, uma condição, para outros um sentimento, para muitos a base de todas as relações. Cada um tem uma reação diferente a esta data, uns gostam de exprimir o seu amor pelas pessoas mais próximas, outros não dão importância pois pensam que já o demonstram todos os dias, muitos não gostam da data e, a maioria, interpreta como sendo uma altura do ano apenas para os casais.
O amor é o sentimento mais genuíno e inato no ser humano. Nascemos e criamos uma ligação com quem cuida de nós, a que chamamos de vínculo. Este vínculo não depende só do bebé que nasceu com pré-disposição para amar mas também do estado emocional e características de cada cuidador.
A base de todas as relações, quer seja com pessoas ou coisas, está no amor, ou se gosta e se tem um carinho por algo/alguém, ou não se gosta. Se refletirmos bem, a forma como cuidamos de nós próprios, das nossas coisas, da nossa família, dos nossos amigos, espelham o amor que temos à nossa vida.
É neste amor, à vida, que penso que as pessoas se deveriam dedicar mais.
Mais do que uma data dedicada aos namorados, deve ser uma data de reflexão sobre como vivo eu este amor no meu dia-a-dia. Como é que eu me vejo, como é que eu vejo a minha vida. Se tenho, ou não, em atenção e consideração, este amor que recebo diariamente, quer seja de um simples bom-dia de alguém que se cruzou no meu dia, ou da atenção que me foi dada face a um problema e, como poderei dar mais valor a isso.
O amor, ou falta de, é o que vai determinar quer o modo como uma pessoa se vê a si própria, quer o modo como se relaciona.
Temos sim a vida condicionada pelo amor e, por isso, em vez de nos focarmos no que está mal, nos problemas que nos surgem, devemos procurar olhar para o que há de bom na nossa vida e o que queremos melhorar, o que queremos realmente construir.
Por Inês Andrade Fraga, psicóloga @ WeCareOn