Perturbação de Ansiedade tem Cura é um artigo escrito pela psicóloga Patrícia Oliveira. Neste artigo vai encontrar de forma clara e simples o tratamento para a ansiedade. Vai poder também encontrar o que é a ansiedade, as causas da ansiedade e os sintomas da ansiedade.

 

A Perturbação de Ansiedade é considerada um problema no século XXI e é das perturbações mais encontradas na prática clinica. Em Portugal, por exemplo, e segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), observou-se um crescimento de 25,3% no consumo de ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos.

Embora os estudos existentes sejam escassos em Portugal, as evidências demonstram que as mulheres são mais susceptíveis a sofrer das perturbações de ansiedade.

 

o que é a ansiedade

O que é a Ansiedade?

As respostas ansiosas estão integradas, sob forma de reações defensivas inatas, no reportório de comportamento das pessoas. O mecanismo de vigilância do organismo serve para alertar de possíveis perigos, desempenhando assim um papel protetor na preservação do individuo e da espécie. Nesta perspectiva, as respostas ansiosas, dentro de certos limites, são um sinal de saúde, mais do que um sintoma de doença.

A ansiedade é uma emoção que sobrevém quando a pessoa se sente em perigo perante uma ameaça real ou imaginária.

 

Causas da Ansiedade

As causas das perturbações de ansiedade não são plenamente conhecidas. Mas considera-se que os fatores genéticos, o contexto social (situações em que pessoa é submetida a acontecimentos traumáticos/stressantes), o desenvolvimento psicológico e condições físicas podem ter um papel preponderante.

 

A perturbação de ansiedade pode iniciar-se devido a acontecimentos causados pelo meio. Como o fim de um relacionamento importante, um acidente, morte de um ente querido, perda do emprego entre outras situações. Também, pode-se desenvolver quando somos expostos a situações que consideramos stressantes. Como por exemplo o discursar em público para algumas pessoas, que desencadeiam sintomas como sudorese, medo, aumento da frequência cardíaca e tremores.

 

A ansiedade, também, pode ser causada por um problema físico ou pelo consumo de drogas e/ou medicamentos (ansiedade induzida por distúrbios físicos, medicamentos ou drogas). A nível físico, por exemplo um problema na glândula da tiróide pode causar ansiedade, assim como um tumor com secreção hormonal chamado feocromocitoma. Dentre as drogas e medicamentos que podem causar ansiedade incluem-se corticosteróides, a cocaína, as anfetaminas, a efedrina e, ocasionalmente, a cafeína em excesso. A abstinência de álcool ou de certos sedativos também pode causar os sintomas de perturbação de ansiedade.

 

Independentemente das causas que possam provocar estados ansiosos, todas têm por base a forma como interpretamos as situações.

 

Somos, frequentemente, bombardeados com estímulos/informações em quantidades muito superiores às que o nosso cérebro pode processar. Desta forma, por questões de sobrevivência, desenvolvemos esquemas de processamento da informação proveniente do meio. Diariamente construímos a nossa realidade selecionando, transformando, armazenando e, posteriormente, evocando essa informação. A ansiedade é fortemente influenciada por estes esquemas cognitivos, que nos levam por vezes a interpretar a realidade como perigosa. Ou seja, o “estado de ansiedade” surge associado a pensamentos ou imagens automáticas, que, resultante deste processo de distorção do processamento de informação, contribuem para a exacerbação das respostas motoras, comportamentais e afetivas inadequadas.

 

 

Estas cognições negativas – pensamentos ou imagens – baseiam-se em avaliações ou suposições derivadas de experiências anteriores, que utilizamos para interpretar um novo acontecimento, atendendo às exigências das situações, aos nossos recursos, e às consequências possíveis.

 

Sintomas da Ansiedade

Os sintomas de ansiedade podem levar a pessoa a ser incapaz de realizar as tarefas diárias, por isso, é importante aprender a controlar e, se possível, tratar a ansiedade.

Os sintomas podem ser físicos, cognitivos e comportamentais.

 

sintomas da ansiedade

 

Sintomas Físicos da Ansiedade:

  • – Aumento da pressão arterial;
  • – Aumento do metabolismo celular;
  • – Aumento da tensão muscular (tremor e dor)
  • – Aumento do estado de vigília;
  • – Taquicardia;
  • – Aumento do fluxo sanguíneo para os músculos;
  • – Diminuição do fluxo sanguíneo para os “órgãos desnecessários”;
  • – Sudação;
  • – Náuseas;
  • – Tonturas;
  • – Dores de cabeça;
  • – Necessidade de ir á casa de banho;
  • – Sensação de “nó na garganta” e/ou “aperto” no estômago;
  • – Sensação de falta de ar;
  • – Problemas estomacais (diarreia ou prisão de ventre).

 

Sintomas Cognitivos e Comportamentais da Ansiedade:

  • – Preocupação constante;
  • – Pensamentos frequentes de perigo;
  • – Sensação de incapacidade em lidar com as dificuldades;
  • – Sensação de impotência, evitamento de lugares/situações onde pode ficar ansioso(a);
  • – Nervosismo e agitação;
  • – Irritabilidade;
  • – Dificuldades de concentração,
  • – Dificuldade ao adormecer ou em dormir,
  • – Fadiga;
  • – Descontrole sobre os próprios pensamentos.

 

 

Diagnóstico de Perturbação de Ansiedade

O diagnóstico da ansiedade pode ser bastante difícil. Contudo num primeiro momento deve-se realizar um exame médico de modo a poder excluir-se a presença de doença física real que esteja na base das queixas referidas.

O diagnóstico de uma perturbação de ansiedade baseia-se, fundamentalmente, nos sintomas. A capacidade de suportar a ansiedade varia de pessoa para pessoa e pode ser difícil determinar o que deve ser considerado como grau anormal de ansiedade. Daí a necessidade de se utilizarem os critérios estabelecidos internacionalmente e que são específicos e fundamentados, principalmente, nos sintomas e na exclusão de outras causas para os sintomas.

 

 

 

Ansiedade tem Cura?

A ansiedade faz parte da vida de todas as pessoas e, por vezes, pequenas mudanças nas suas rotinas diárias podem diminuir ou mesmo eliminar as reações ansiosas. Paralelamente, pode ser útil adotar, no dia-a-dia, hábitos simples que permitam reduzir os estados de ansiedade. Como por exemplo meditação, uma boa gestão e organização do tempo, uma comunicação regular e eficaz com os outros (tanto no trabalho como em casa), entre outros. Para além do dormir bem, que é fundamental.

 

Quando de uma forma autónoma não conseguimos controlar os índices de ansiedade, devemos recorrer a ajuda especializada. Realizando psicoterapia, medicação ou ambas.

A medicação não cura a ansiedade, apenas alivia os seus sintomas. Daí ser utilizada, preferencialmente, no início do tratamento. A maior parte dos estudos realizados sobre esta temática, referem que os pacientes tratados com medicação e psicoterapia obtêm melhores resultados.

A intervenção farmacológica para o tratamento da perturbação de ansiedade é realizada com base em:

  • Antidepressivos;
  • Ansiolíticos;
  • Antipsicóticos e;
  • Estabilizadores de humor.

 

A psicoterapia realizada no tratamento da ansiedade, tem como foco principal levar as pessoas a aprender a utilizar estratégias de comportamento, estratégias de relaxamento e estratégias de pensamento, que lhes permitem compreender e controlar a ansiedade.

 

Veja neste artigo alguns exercícios que pode usar para lidar com a Ansiedade: Como Lidar com a Ansiedade

 

Patrícia Oliveira – Psicóloga WeCareOn