É comum e até de certa maneira estamos cansados de saber que qualidade nas relações familiares e conjugais é mais importante do que quantidade.

 

Contudo, o que é mesmo qualidade?

 

 

Vivemos hoje numa época em que temos múltiplas tarefas, múltiplos desejos, enquanto carregamos o fardo de sentir que nunca chegamos lá… Deveria e poderia ter feito mais!

 

Este MAIS, erroneamente, é interpretado como mais alguma coisa. Isto é, entramos de modo automático na lógica da quantidade. Mensuramos os nossos resultados e os resultados de todos aqueles que nos cercam. Estamos constantemente a avaliar o tempo que perdemos.

 

Porém pouco pensamos sobre o que efetivamente vivemos e como vivemos em cada momento presente.

Ouvimos nossos filhos e cônjuges a queixarem-se de que precisam de mais atenção. A pedirem por favor, desliguem o telemóvel, olhem para mim, escutem-me…

E o que fazemos?

Muitas vezes respondemos, mantendo os aparelhos electrónicos ligados e de olho neles, estou aqui, pode falar, estou a ouvir-te… E implicitamente pensamos que o outro é chato, e nos perguntamos por que precisa tanto de nós. Enquanto para ele o que fica é um sentimento de falta, de solidão emocional e algumas vezes de raiva. Atenção que isto tudo também acontece da mesma maneira connosco.

O fato é que todos os relacionamentos demandam investimento afetivo. O que significa que temos de ir além do mero cumprimento das responsabilidades. Temos de gostar de estar com o outro, de confiar nele, temos de com ele poder falar sem medo e vice-versa.

 

Mas, será que esses elementos estão presentes no nosso dia a dia, no que se refere à aqueles que mais amamos?

Quem somos, cada um de nós, quando estamos presentes?

E na nossa ausência, o outro sabe que pode contar connosco?

Ou aproveita ambos os tempos para não nos “perturbar”… Ou não ser por nós “perturbados”?

Será que nossos filhos e cônjuges sabem que queremos e gostamos de ouvi-los, de partilhar com eles suas e nossas histórias?

Será que mostramos que gostamos e também precisamos de estar com eles?

 

Sim. Porque somos seres de afetos e precisamos de estar em constante relação, em constante troca de afetos. O estar não é só presencial, não é só a nossa presença física. É o estar na relação, é a troca e partilha de afetos e experiências, é saber ouvir e sentir-se ouvido.

 

A verdade é que nossa família depende de nós e nós dela.

 

 

Contudo, para que possamos atendê-la e sermos em contrapartida atendidos, é preciso que estejamos emocionalmente bem. Imersos num poço de ansiedade e frustração jamais conseguiremos contribuir para a construção de laços familiares pautados no amor, na confiança, na cumplicidade, no respeito à autonomia e à singularidade.

 

Cobraremos sempre do outro mais e cada dia daremos e receberemos menos…

 

Estaremos e deixaremos o outro sedentos por qualidade. Até que os efeitos adversos do sofrimento crónico e da solidão apareçam e, então, tenhamos que realmente fazer alguma coisa e, enfim,  pergutamos onde foi que erramos. Tudo isto é válido para todas as idades.

 

Atenção à família: Como ter mais tempo de qualidade?

 

Não é nada fácil crescer, amadurecer, construir e manter um casamento, uma família. Portanto, não devemos ter vergonha de pedir ajuda, de falar sobre nossos medos, sobre os sentimentos e atitudes que não achamos bons. Pois somos humanos, estamos constantemente em desenvolvimento, e faz parte do nosso psiquismo ter conflitos.

 

Desde que nascemos que as relações de afetos com os nossos prestadores de cuidados são de extrema importância. Não só porque precisamos de afeto mas também porque é nestas primeiras relações que aprendemos a lidar com várias emoções. E que nos permitem o nosso crescimento pessoal e emocional.

 

Importa referir também que é em idades precoces que, consoante o estilo de relação que usufruímos com a nossa família mais próxima ou prestadores de cuidados diretos, vai influenciar diretamente o adolescente e posteriormente o adulto que seremos quer quanto à nossa personalidade, quer na forma como nos relacionamos em vários contextos sejam, profissionais, amorosos, como mais, socialmente, assim, a importância da qualidade das relações em tenra idade e ao longo de todo o nosso desenvolvimento, bem como no início das nossas relações amorosas.

 

Cada fase, cada etapa tem os seus desafios e nós temos as nossas próprias dúvidas… E que bom que as temos!

 

O melhor caminho para investirmos nas relações pessoais mais íntimas é trabalharmos as nossas dificuldades. Este sim é um passo fundamental promotor de saúde e qualidade!

 

A ajuda do psicólogo é fundamental para o equilíbrio das nossas dificuldades o que influencia diretamente a forma de estar com os outro em qualquer relação.

 

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​Por Marcela Alves e Marisa Pereira, psicólogas WeCareOn