As videochamadas parecem ser a solução mais procurada para o teletrabalho. No entanto, o tempo passado à frente do ecrã também trás algumas consequências e é importante saber como gerir o uso da tecnologia. Neste artigo vou partilhar algumas dicas práticas que poderá usar.

 

A pandemia da Covid-19 criou uma quantidade enorme de stress para os pais – e, em particular, para as mães – que trabalham fora de casa, ou que administram desproporcionalmente as responsabilidades de cuidar dos filhos.

 

Se você está a sentir que está “deixar de lado” os seus filhos, ou a “deixar na mão” a sua equipa ou o seu chefe, você não está sozinho(a). No entanto, a culpa não vai melhorar em nada a situação, então faça o que puder para deixá-la ir.

 

Lembre-se das razões por detrás das suas decisões.

Em vez de dizer: “Sinto-me mal por _______”, experimente dizer: “Tomei esta decisão por causa de ______.” e reveja os seus valores e prioridades para ter certeza de que estão alinhados.

 

Isso pode significar dizer “não” a compromissos desnecessários ou estabelecer novos limites, tanto em casa como no trabalho.

 

O objetivo é sentir-se mais no controlo do seu tempo.

E, por mais difícil que seja, peça ajuda quando precisar – tanto no trabalho quanto em casa. Fale com colegas, amigos, familiares e vizinhos quando precisar de suporte para fazer tudo ou quando precisar apenas de uma pausa.

 

Você pode sentir que está ou tem de estar sozinho no processo, mas não tem de ser necessariamente assim, pois talvez não esteja.

 

É cansativo olhar para um ecrã o dia todo…

 

No entanto, se você estiver a trabalhar remotamente, poderá parecer inevitável.

 

Para manter os seus níveis de energia durante todo o dia de trabalho, tente desconectar-se proactivamente dos ecrãs e dispositivos tecnológicos sempre que puder.

 

Lembre-se que as videochamadas não são necessárias para todas as reuniões: tente de vez em quando uma ligação normal para equilibrar as coisas.

 

Além disso, escolha os suportes físicos em vez dos digitais, sempre que puder. Pretende um brainstorming de ideias para um artigo? Escreva os seus pensamentos em papel ou em post-its. Precisa criar um plano para um grande projeto? Esboce o seu rascunho inicial em num quadro branco ou numa folha de papel ou num caderno A4.

 

De seguida, movimente-se o máximo possível, mesmo que isso signifique “apenas” levantar-se da cadeira em intervalos regulares, colocar-se de pé, alongar as pernas, a coluna e os ombros ou para tomar um copo de água entre as reuniões.

 

Por fim, faça pausas sem tecnologia durante o almoço e encontre atividades que não envolvam uma ecrã para relaxar ou descontrair-se.

 

Seguir estas etapas irá ajudá-lo(a) a reduzir a fadiga digital e a sentir-se mais potente e energizado(a) ao final de cada dia.

 

Quando você está numa reunião virtual, é fácil dar com a sua mente a querer “voar” para outro lugar que não o da reunião – especialmente se for a 4ª ou a 5ª do dia…

 

Você entra e participa numa chamada através das videochamadas. Você é um dos 9 rostos no ecrã, por exemplo. Cerca de 10 minutos após a ligação, a sua mente começa a divagar e você percebe que não tem ideia do que é que a última pessoa acabou de dizer. Você finge continuar a ouvir enquanto também verifica a caixa de entrada do seu e-mail. No final da reunião, você recebe alguns e-mails, mas, no final das contas, parece que foi mais outra perda de tempo. Para muitos de nós – agora – este cenário parece “demasiado” familiar, não é verdade?

 

Para garantir que você fica o mais engajado possível, reserve alguns momentos antes para entender o objetivo da reunião e que valor você pode agregar à mesma.

 

Como é que pode fazer isso?

 

Qual é a informação mais importante que você tem e com o quê você deseja contribuir? Anote esses pontos.

 

Se não tem um papel crítico a desempenhar, identifique exatamente o que espera retirar/aprender com a reunião.

 

A preparação de perguntas específicas fará com que você ouça com mais atenção.

 

👉 Se você falar durante a reunião, reconheça as declarações anteriores para que as pessoas se sintam ouvidas, mas não gaste muito tempo a rever os pontos anteriores.

 

👉 Adicione algo novo para avançar a conversa. E não se preocupe se você por algum momento “voar” com a sua mente para fora da reunião: observe/identifique cuidadosamente o que o(a) distraiu e volte a sua atenção para a ligação.

 

👉 Se você perdeu algo, não tenha medo de fazer uma pergunta a pedir para retomarem o(s) ponto(s) em falta.

 

Vamos ser sinceros: as videochamadas da vida são cansativas…

 

Porém, há algumas coisas que você pode fazer para economizar o seu tempo e energia.

 

Se você acha que está mais exausto(a) ao final do dia de trabalho do que costumava estar, não está sozinho(a). Desde o começo da pandemia, as menções à “fadiga do zoom / zoom fatigue” surgiram cada vez mais nos ‘media’ sociais, e as pesquisas do Google pelas mesmas palavras aumentaram consideravelmente.

 

Mas então, porque é que achamos as videochamadas tão desgastantes? Há algumas razões para isso.

 

Em parte, é porque elas forçam-nos a focar mais intensamente nas conversas para absorver as informações.

 

Pense da seguinte maneira:

 

Quando você está sentado(a) numa sala de conferências, pode contar com outras fontes de informação externas ao ambiente, pistas paralelas, para alcançar este objetivo e mesmo se você se distrair, pode facilmente recuperar o ponto e interagir instantaneamente, fazendo perguntas ou respondendo a perguntas rápidas e esclarecedoras.

Durante uma videochamada, no entanto, é impossível fazer isso, a menos que você use o recurso do “chat” em particular ou tente, algo desajeitadamente, encontrar uma oportunidade para ativar o som e pedir a um colega que se repita.

 

Não deixe que as videochamadas drenem a sua energia!

 

Comece por evitar o “multitasking” ou a tendência para a multitarefa. Pode ser tentador tentar fazer outro trabalho enquanto você ouve, mas alternar entre tarefas para além de o cansar mais, pode custar até 40% da sua produtividade.

 

Em seguida, reduza as distrações. Feche as janelas do navegador, guarde o telefone e fique presente.

 

Você pode fazer pausas curtas durante as chamadas mais longas, minimizando o vídeo ou ficando apenas a olhar para longe do seu computador, de vez em quando. Também pode dar um passo atrás e perguntar-se se precisa “mesmo” de uma reunião em vídeo (ou seja, se o e-mail, whatsapp ou outros media digitais não serão o suficiente para o assunto a tratar). Verifique a sua agenda para ver se há alguma conversa que você possa ter por qualquer umas destas vias.

 

E, finalmente, não se sinta obrigado(a) a transformar todas as conversas numa videochamada. Especialmente quando você está a conversar com pessoas exteriores à sua empresa, com uma ligação telefónica provavelmente tudo ficará bem.

 

Seguir estas etapas pode parecer difícil no começo, mas elas irão ajudá-lo(a) a evitar que você se sinta esgotado(a) no final de mais um dia de trabalho.

 

 

Sara Ferreira –  Psicóloga @ WeCareOn