Desmistificar a Psicoterapia

 

 

Sempre houve uma associação entre psicoterapia e doença mental. Quem vai ao psicólogo no imaginário do senso comum é alguém que tem problemas emocionais, ou ainda um casal, uma família, que tem algum tipo de perturbação. Esta falsa compreensão impediu durante muito tempo que as pessoas buscassem ajuda psicológica.

 

O sentimento de fracasso pessoal e vergonha eram uma barreira que mantinha a pessoa/casal/família em sofrimento. O medo do estigma, daquilo que os outros podiam pensar/julgar, falava mais alto, sendo preferível enfrentar os problemas sozinho(s).

 

Porém, a psicoterapia não trabalha apenas com o alívio da dor psíquica, mas com o auto-conhecimento. Este é um trabalho que envolve muita coragem para se questionar a si mesmo, a própria história, os  afetos, o padrão habitual de reagir aos eventos e desafios da vida.

É mergulhando na nossa linha do tempo que podemos encontrar os nossos pontos frágeis e os mais fortes (e isso se aplica aos casais e às famílias também), redescobrindo potenciais muitas vezes adormecidos e desenvolvendo qualidades que antes imaginávamos, em função do medo de fazê-las desabrochar, impossíveis de serem vividas.

 

Faço um alerta para aqueles que assim se pensam: a nossa biografia nunca será simples e predestinada, pois o nosso mundo mental é  rico de percepções, afetos e significados únicos, capazes de dar um novo rumo à nossa história sempre que assim o desejarmos.

 

 

Por Marcela Alves – Psicóloga WeCareOn