Chega Novembro e já se começa a fazer sentir a época natalícia. As luzes invadem a cidade, as pessoas centros comerciais. As conversas giram em torno de onde se vai passar a meia noite este ano, o que é preciso comprar, o que se vai oferecer.

 

 

O natal é um período festivo, conhecido por reunir as famílias à volta da mesa. Mas a verdade é que nem todos sentem esta época desta forma por condicionantes e desafios da vida de cada um.

 

Ansiedade e Depressão na Época Natalícia

 

Para muitas pessoas, o natal é sentido como um momento de solidão e insegurança. Surgem as memórias de entes queridos que já partiram, lembranças de infância e a falta de bom convívio familiar é também o principal motivos para um momento de vulnerabilidade e dor emocional.

 

De acordo com alguns estudos, Portugal é o país da Europa com a taxa de depressão mais elevada. Estima-se que são diagnosticados 400 000 mil novos casos por ano, entre os 18 e os 65 anos de idade. Esta patologia é uma doença biológica que afecta o cérebro e o corpo, não sendo apenas um mero mau estar ou um estado de espírito passageiro.

 

Tem tratamento cuja taxa de sucesso ronda os 70-80%. Sabe-se que, um terço dos portugueses com sintomas de depressão não estão a receber o devido tratamento e por isso, o nosso papel enquanto sociedade deve ser o de estar atento a estas questões.

 

Com a chegada a Dezembro, período onde existe uma maior tendência ao isolamento e, onde as dificuldades financeiras se realçam, algumas condições pode agravar-se.

 

 

 

O que fazer?

 

1 –  Cuide de si! Mime-se, valorize-se e não se isole. Sei que por vezes a vontade não é muita (para não dizer nenhuma), mas é importante que contrarie essa vontade de estar sozinho/a. Rodei-se daqueles de que gosta;

 

2 – Faça mais exercício. A prática de actividade física liberta serotonina, a enzima da felicidade e prazer;

 

3 –  Contrarie os maus hábitos. O corpo leva quase um mês a deixar um hábito, seja uma rotina de sedentarismo, uma alimentação com níveis altos de açúcar, ou mesmo o isolamento. Inscreva-se num novo hobbie, faça caminhadas ou até voluntariado;

 

4 –  Evite locais de confusão: mantenha-se longe de tudo o que pode despoletar um ataque de ansiedade, ao invés disso, procure criar os seus próprios presentes de natal em casa ou compre online;

 

5 –  Repense a sua alimentação. O seu estado emocional também é influenciado pela alimentação e vice versa. Ao escolher os ingredientes e nutrientes adequados, poderá estimular a produção de serotonina, dopamina ou noradrenalina, que funcionam como tranquilizantes naturais, sendo agentes de motivação, boa disposição e energia;

 

6 – Está triste? Sente-se sem forças? Não está a conseguir encontrar uma saída? Não faz mal, está tudo bem. Reconhecer que não se está bem é um excelente ponto de partida! Procure ajuda, ou peça a alguém que a ajude a encontrá-la;

 

7 – Escreva sobre coisas felizes. Pense na sua vida, mas com outras lentes. Com calma e respeitando o seu tempo, sugiro-lhe que pense e escreva sobre as suas conquistas, os momentos felizes pelos quais passou. O difícil não é impossível e eu sei que consegue fazê-lo! Força!

 

 

Não precisamos de caminhar sozinhos nesta aventura que é a vida. Todos temos os nossos momentos de fragilidade e lidamos com ele da melhor forma que sabemos e conseguimos.

 

A depressão e ansiedade não são momentos de fraqueza, não são escolhas. São desafios que a vida nos coloca e que somos obrigados a dar a volta.

 

Se está a passar por um desafios destes não deixe de procurar ajuda. Já experimentou ACREDITAR em SI? Tente! Não faz ideia do que É CAPAZ!”

 

Raquel Ferreira – Psicóloga WeCareOn