A psicóloga Bárbara Ramos Dias falou à revista Sábado de alguns casos que segue com adolescentes.

 

 

”As discussões com a mãe sucediam-se ao ritmo da música electrónica. Depois das aulas, Margarida Correia, 15 anos, isolava-se no quarto, convertido numa redoma psicadélica. No mundo de Margarida – Maggy para os amigos –, as regras eram para ser quebradas. E os horários também: saltava o jantar e jejuava durante a noite, sem sair do quarto.

Ao fim-de-semana, corria as festas de trance, em matas de norte a sul do País, a partir as 23h e às vezes até as 14h do dia seguinte. Os seus mentores eram amigos mais velhos, de 18 e 19 anos, alguns DJs e vizinhos que conheciam o circuito secreto da cultura trance.

 

Na escola, as notas baixavam. A principal figura de autoridade, a mãe, era para desafiar. “Discordávamos em tudo, respondia-lhe mal. Desde o divórcio dos meus pais passei a sentir-me magoada com o mundo”, conta Margarida à SÁBADO.

Sem soluções, a mãe jogou a última cartada no fim do ano passado. “Vamos às compras”, sugeriu à filha. Quando deu por si, a adolescente estava no consultório da psicóloga Bárbara Ramos Dias. “Não foi uma escolha voluntária”, conta. A terapeuta assinala a evolução: “A Maggy fugia às regras, vinha desorientada. Hoje está mais tranquila e tem uma óptima relação com a mãe.”

Em três sessões, a miúda problemática passou a zen. A terapia começou por fora, pelo núcleo familiar: mãe e irmã falaram com a psicóloga sobre os conflitos. Depois evoluiu para a auto-análise: a paciente foi desafiada a pensar como os outros a viam, como ela própria se via e como gostaria de ser vista. A partir daí estava preparada para a mudança, criando objectivos e encarando medos e falsas crenças.

Hoje, Margarida faz meditação antes de adormecer, cumpre horários, já quase não fuma nem vai a festas. Também passou a viver com o pai, em Lisboa. “Está totalmente diferente”, elogia Pedro Correia, 50 anos, engenheiro civil.

 

Bárbara Ramos Dias aplicou a Margarida aquilo que faz a tantos como ela na idade do armário: coaching psicodramático para adolescentes, uma terapia assente na psicologia positiva e no psicodrama.

O processo dura, em média, quatro a oito consultas. Na primeira, a psicóloga sinaliza o problema. Nas restantes, trabalha os dilemas juvenis: rotinas, auto-estima, comunicação, autonomia perante a família, percurso académico. Pode ainda recorrer à música, para os adolescentes falarem de emoções enquanto dançam ou desenham; ou a bonecos da Playmobil, de forma a simularem estar no lugar do outro. ”

 

 

Partilhamos o artigo e deixamos algumas dicas para os pais que têm filhos adolescentes:

 

1 – Comece por estabelecer as regras e as tarefas num quadro. Se há deveres para filhos, também há para os pais
2 – Valorize os aspectos positivos e elogie-o
3 – Faça programas ao gosto dele, como ver um filme, jogar cartas, para evitar que se feche no quarto

 

Valorize os seus dias com Bárbara Ramos Dias.

Bárbara Dias – Psicóloga @WeCareOn