Março é um mês em que oficialmente prestigiamos as mulheres. O mais engraçado é precisarmos de um mês para garantirmos o direito a esta homenagem… De facto, é muito bom sabermos que ao menos uma vez por ano alguém nos reconhece, nem que seja em termos coletivos. Mas, a minha questão é: e no dia-a-dia, nos sentimos reconhecidas, sentimos que temos valor, que contribuímos? Ou só cumprimos o papel que nos foi destinado e não fazemos nada além da nossa obrigação? Qual o seu sentimento quanto à sua vida?

 

Quem leva o mundo nas costas tem o mundo à mão!

 

Quantas de nós ouviram falar das dores e delícias de ser mulher. Quantas cresceram a lamentar por não ter os mesmos direitos que os rapazes e quantas sofrem atualmente caladas por acharem que não podem mostrar para o mundo os seus desejos e os seus potenciais.

 

As desculpas são muitas: não há mais tempo, já estou velha, é feio, sou feia, o que vão pensar de mim, ninguém me quer mais depois deste… casamento, filho, emprego, desemprego, problema de saúde… entre tantas outras possíveis respostas. Sem contar a vergonha que sentimos do nosso amadurecer, pois fomos educadas para achar que a beleza só é externa e negligenciamos completamente o poder de ser alguém interessante. O poder da beleza interior: de ser uma mulher que sabe ou procura saber quem é, o que sente e o que quer.

 

Já perceberam que são essas afirmações que aprisionam e nos impedem de continuar a buscar aquilo que nos realiza, que nos faz sentir vivas e essenciais, que faz o nosso existir prazeroso para nós mesmas?

 

Cultivemos a nossa independência emocional, pois é ela que nos permite dar limite a tudo aquilo que nos magoa, tornando-nos capaz de enfrentar o medo de descobrir o novo e de estabelecer relações, com homens e mulheres, mais saudáveis. Pois aprendemos que o nosso pior inimigo não é outro, mas sim as nossas próprias inseguranças!

 

 

 

​Por Marcela Alves, psicóloga