“Os nossos dons exclusivos elevam-nos acima do mundo animal. (…) Entre o estímulo e a resposta, encontra-se o nosso maior poder – a liberdade de escolha.” (Stephen Covey).

Começo por partilhar a história de Victor Frankl, psiquiatra judeu educado na tradição da psicologia freudiana, cujo fundamento assentava na ideia de que o carácter e a personalidade que governavam definitivamente a vida de indivíduo, decorriam de acontecimentos da infância. Frankl foi prisioneiro nos campos de extermínio nazis, onde passou por duras experiências e humilhações; através daquilo a que chamamos autoconsciência – capacidade exclusivamente humana de pensar sobre o próprio processo de pensamento, de analisarmos o modo como nos vemos e criar e romper hábitos – Frankl percebeu que “podia decidir, dentro de si, como tudo aquilo o afectaria. Entre o que lhe acontecia, ou seja, o estímulo, e a sua reacção estava a sua liberdade ou o seu poder de escolher a resposta.” Assim, através da disciplina mental, emocional e moral aliadas à imaginação e memória de criar cenários futuros de ensinamento com base nas experiências ali passadas, Frankl sobreviveu na sua ausência de liberdade física graças à sua conquista pela liberdade interior. Tornou-se uma fonte de inspiração para quem estava ao seu redor, guardas inclusivamente, ajudando uns a encontrar um sentido para o seu sofrimento e, a outros, a dignidade de trabalhar naquela prisão.

O que podemos depreender desta história?

Existem 3 tipos mapas sociais condicionadores das nossas vidas, que se baseiam na teoria do estímulo/resposta associada às experiências de Pavlov (quem estudou psicologia sabe do que falo, quem não estudou aqui tem uma fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Pavlov). Esses mapas são aceites e defendidos nos dias de hoje como valores impossíveis de alterar e que somos condicionados a reagir de uma determinada maneira a um estímulo específico: determinismo genético – as nossas piores e melhores características advem do ADN das gerações anteriores; determinismo psíquico – a educação dos pais e as experiências da infância (guião social comportamental e emocional) são a estrutura da nossa personalidade e carácter; determinismo ambiental – alguém ou algo como a crise económica ou o meio ambiente são os responsáveis pela nossa situação individual. Este é o Modelo Reactivo (em Programação Neurolinguistica, diz-se estar em Efeito).

Tomando o exemplo de Victor Frankl e da sua história de vida, estamos perante o Modelo Proactivo: perante um determinado estímulo, é da natureza humana poder escolher qual será a respectiva resposta; a liberdade de escolha abrange a autoconsciência, a imaginação (capacidade de criar mentalmente cenários independentemente da realidade que está a ser vivida), a consciência (noção do que é certo ou errado) e o livre-arbítrio (capacidade de agir conforme a nossa consciência). Assim, considera-se que Ser Proactivo (estar na Causa de acordo com a Programação Neurolinguistica), implica Ser Responsável pela própria Vida: “o nosso comportamento resulta de decisões tomadas, não das condições externas. Temos a capacidade de subordinar os sentimentos aos valores. Possuímos iniciativa e responsabilidade suficientes para concretizar”. Não significa que as pessoas proactivas sejam indiferentes a estímulos sociais, físicos ou psíquicos, mas que a resposta aos mesmo é baseadas nos seus valores.

Assim, considera-se que Ser Proactivo (estar na Causa de acordo com a Programação Neurolinguistica), implica Ser Responsável pela própria Vida: “o nosso comportamento resulta de decisões tomadas, não das condições externas. Temos a capacidade de subordinar os sentimentos aos valores. Possuímos iniciativa e responsabilidade suficientes para concretizar”. Não significa que as pessoas proactivas sejam indiferentes a estímulos sociais, físicos ou psíquicos, mas que a resposta aos mesmo é baseadas nos seus valores.

Podemos perceber se somos ou se estamos perante alguém tipicamente reactivo ou proactivo, de acordo com a linguagem utilizada. Assim, um reactivo frequentemente utiliza no seu discurso expressões como “Não há nada que eu possa fazer”, “Sou assim e pronto”, “Nunca vão aceitar”, “Se eu pudesse”. O discurso de um proactivo é mais do tipo “Vou procurar alternativas”, “Posso agir de outra maneira”, “Vou expor as minhas ideias de forma eficaz”, “Vou fazer”.

Claramente, um reactivo apresenta um discurso de vitimização e de incapacidade de controlar as suas atitudes, a visão de “fora para dentro”, onde muitas vezes permanecem “bloqueados no seu mundo”; ao contrário de um proactivo que apresenta autocontrolo das suas atitudes e nas escolhas da sua vida, nitidamente uma visão de “dentro para fora” onde podem surgir novas situações, oportunidades, experiências…

A proactividade e o verbo “Amar”

Agora que o Dia de S. Valentim de aproxima… Stephen Covey, derivado do modelo Proactivo, sugere algo que eu pessoalmente ainda tenho algumas reservas mas que partilho convosco pela abordagem interessante ao tema das relações e do Amor.

“Os filmes de Hollywood levam-nos a acreditar que não somos responsáveis, que resultamos dos nossos sentimentos. (…) Se os nossos sentimentos controlam as nossas acções, abdicamos das nossas responsabilidades e transferimos para os sentimentos o comando de tudo. (…) As pessoas proactivas transformam “amar” num verbo. Amar é uma acção (…) um bem que se valoriza por meios de actos de amor. As pessoas proactivas subordinam os sentimentos aos valores. O amor, o sentimento, pode ser reavivado.”

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Marisa Mendes – Coach @WeCareOn