A Visão falou-nos este mês de um artigo onde se diz que queixar-se constantemente é terrível para a saúde.

Esse artigo foi escrito tendo como base alguns psicólogos e autores:

 

A revista Wired citou o psicólogo Jeffrey Lohr que diz que o hábito de expressar a negatividade não só tende a não nos fazer sentir melhor, como também faz quem nos ouve, sentir-se pior.

Steven Parton, autor e investigador, explica no Psych Pedia, a “enciclopédia da psicologia moderna” online, que a queixa não só modifica o cérebro para pior, como também tem repercussões negativas graves na saúde mental.

 

Pedimos à psicóloga Marcela Alves que comentasse este artigo e partilhamos hoje a sua opinião:

 

”Ao ler este pequeno artigo publicado na Visão sobre os  malefícios da queixa e da negatividade no quotidiano, acho importante complementar as ideias trazidas com uma observação que serve de alerta:  quando alguém está constantemente a se queixar, significa que esta pessoa tem questões e sentimentos por resolver.  Ou seja, é uma pessoa provavelmente com um sofrimento, que pode ser crónico, ou alguém que está a remoer algo dentro de si e que talvez beneficiasse de apoio psicológico.

Antes de julgarmos o sofrimento alheio ou o comportamento, considero mais útil compreendermos que esta queixa permanente é um sinal de necessidade de ajuda para a saúde psicológica.

Mais um detalhe que nós psicoterapeutas devemos ter em mente: falar do que dói é crucial para qualquer tratamento e não há nada pior para a saúde mental do que mandar calar aquele que precisa falar.”

 

Assim, deixamos a questão, para reflexão:

 

Queixar-se é mau para a saúde ou também pode ser a cura?

 

​Por Marcela Alves, psicóloga