Podemos dizer que a violência no namoro é um ato de violência, pontual ou contínua, cometida por um dos parceiros (ou por ambos) numa relação de namoro. Com o objetivo de controlar, dominar e ter mais poder do que a outra pessoa envolvida na relação.

 

Hoje, sabemos que a violência no namoro é um importante preditor da violência conjugal e que quem sofre agressões nesta fase de enamoramento certamente irá ser agressor(a) ou vítima no futuro.

 

 

Violência no Namoro na Adolescência

 

A adolescência é um período confuso, de contradições no seio da família, na escola e perante o que o rodeia. É nesta fase da vida que os jovens habitualmente iniciam as suas relações de namoro.

 

Em relação à pequena violência, não existe diferença de género e vale tudo. Desde a violência verbal no namoro a   insultos, bofetadas, empurrões, puxões de cabelos, e até ameaças.

 

Frequentemente, os jovens não entendem as agressões praticadas no âmbito das suas relações amorosas como abusivas ou inadequadas. Muitos suportam e chegam a desculpabilizar a violência, especialmente quando esta é menor.

 

Uma característica reconhecida como preditora de violência no namoro tem a ver com a diferença de poder entre os parceiros. Quando a tomada de decisão não é partilhada, os níveis de violência tornam-se mais elevados.

 

No que respeita à violência sexual, esta ocorre em muitas relações amorosas juvenis, fundamentando a necessidade de promover esforços preventivos dirigidos a esta população específica.

 

Assim como na violência conjugal, a violência no namoro poderá acarretar para a vítima danos diversos, a curto e a longo prazo. Tais como distúrbios alimentares, danos físicos, perturbações emocionais e comportamentos sexuais de risco.
Dado que é na escola que o adolescente passa a maior parte do tempo, deverá ser esse o lugar por excelência para se promover uma cultura de respeito, de igualdade e de não-violência.

 

A violência pode ter os seguintes contornos: maus tratos físicos e violência psicológica no namoro; abusos e violências sexuais; intimidações; humilhações; entre outras…

 

Nas fases iniciais, a maioria dos jovens que sofrem de violência numa relação de namoro consideram que é uma forma natural do namorado(a) manifestar ou demonstrar o seu amor. Acabando por considerar como comportamentos normais os ciúmes excessivos e as atitudes agressivas de controlo e os sentimentos de posse, mesmo não se sentindo bem e pensando, na maioria das vezes, “Se tem ciúmes é porque gosta muito de mim”.

 

 

Violência no Namoro: Causas e Sinais

 

Em muitos casos, a violência física é antecedida por um historial de agressões psicológicas de baixa intensidade, como por exemplo: um dos parceiros impedir que o outro tenha contato com determinadas pessoas; um dos parceiros ridicularizar, não prestar atenção ou humilhar publicamente o outro; ameaçar, gritar ou partir coisas para intimidar o outro; ceder frequentemente a pressões e a exigências no campo sexual contra a vontade própria (mais frequentemente as mulheres).

 

Estes são alguns sinais de alarme que convém não ignorar. Quando a vítima insiste em pensar, contra todas as evidências, que vai conseguir mudar a personalidade do agressor, quando acredita que depois do casamento as coisas vão mudar, quando atribui às agressões masculinas a forma de ser dos homens, ou considera o ciúme doentio como uma prova de amor, está a desculpabilizar o comportamento violento, contribuindo para a sua manutenção.

 

A violência no namoro tem consequências graves em termos de saúde física e mental para a vítima, tais como:

  • Perda de apetite e emagrecimento excessivo;
  • Dores de cabeça; nódoas negras;
  • Queimaduras (ácido, pontas de cigarro);
  • Nervosismo; tristeza; ansiedade;
  • Sentimentos de culpa;
  • Baixa auto-estima;
  • Confusão;
  • Depressão;
  • Isolamento;
  • Gravidez indesejada;
  • Doenças sexualmente transmissíveis;
  • Baixa dos rendimentos escolares ou abandono escolar;
  • Tentativas de suicídio / suicídio;
  • Homicídio;
  • Entre outros…

 

 

Que os adultos de hoje tenham a capacidade de educar os jovens de forma a prevenir a violência nas relações cada vez mais recorrente em idades precoces.

 

Veja ainda o nosso artigo sobre coaching de relacionamentos:

 

 

 

Vera Silva SantosPsicóloga @ WeCareOn