A comida é emocional, quer ache bem, quer ache mal… 😉 Passamos a vida a correr atrás de algo, como se alguma coisa nos faltasse, e sentimo-nos vazios.
Todas estas coisas geram níveis de stress bastante elevados e o sofrimento emocional é praticamente inevitável. E adivinha como é que muitas vezes esses vazios são preenchidos? Pois é… infelizmente, na comida. Ou pior, na “comida” (com aspas)… E será que quando “ataca” o frigorífico realmente está com fome?
E qual é o problema?
É “só” este:
Se enchemos os nossos corpos com alimentos ‘vazios’ e que carecem de nutrição, estes ficarão mais fracos e cansados. Por outro lado, se munirmos os nossos corpos com vibrações alimentares elevadas, através de alimentos frescos e ‘limpos’, necessariamente irá sentir-se mais vivo, bem e feliz. Tudo é informação e energia. Todos somos energia.
E a comidinha no nosso organismo? É energia transformada!
Os alimentos orgânicos frescos são energia positiva e é essa energia que mantém a alta vibração.
Então, e de que forma a comida é emocional?
Nós escolhemos os alimentos pela maneira como nos estamos a sentir no momento, ou como nos temos sentido no passado, e ainda como o nosso corpo se sente e qual é o seu desejo. E sim, o “desejar” decorre de emoções também. É baseado em sentimentos inconscientes de querer, do tipo “o que é que eu quero comer?” ou “eu estou com fome, eu tenho uma necessidade de preencher “.
E o facto é este:
Precisamos de comida para sobreviver e precisamos de comida para progredir. Já ouviu dizer que “semelhante atrai semelhante”? Pois bem, este adágio que de resto é tido como uma “lei universal” em todas as correntes e filosofias ancestrais, espelha bem uma verdade: diz-me o que comes dir-te-ei como te sentes.
Inversamente, poderíamos dizer “diz-me como te sentes, dir-te-ei o que comes”.
Muitas vezes o nosso corpo simplesmente parece “pedir” o que comer. E é pois importante honrá-lo e “ouvir” com atenção o que ele nos está a pedir.
Se quer sumo fresco, dê-lhe sumo fresco! E quando ele nos pede um bolo de natas, por exemplo? Se for de forma sistemática e recorrente, aí provavelmente, pare um pouco para pensar (antes de passar à acção e abrir a caixa dos doces).
E na prática, como fazer isso?
Comece por distinguir entre aquilo que é a vontade de comer fisiológica (do corpo) daquilo que é a vontade de comer emocional (da mente).
Por outras palavras, a sensação de fome física tende a ocorrer progressivamente e tende a poder ser adiada (não saciada no momento).
A sensação de fome emocional aparece de repente e muitas vezes com carácter de “urgência”. A fome física pode ser satisfeita com qualquer alimento, ao passo que a fome emocional exige, muitas vezes, satisfação exclusiva através de itens muito específicos (por exemplo, apelo por pizza, gelado, etc.).
A fome física uma vez saciada, faz com a pessoa queira parar de comer. Já na fome emocional a pessoa tende a comer muito mais do que aquilo que em situações normais comeria.
Por último, a fome física ao ser satisfeita não cria sensação de culpa; a fome emocional, pelo contrário, cria sensações de culpa após ser satisfeita. O equilíbrio e a moderação são importantes em todos os aspectos das nossas vidas. E a alimentação é, seguramente, um outro aspecto importante desse equilíbrio.
Alguns dos ingredientes mais importantes com os quais podemos alimentar corpo e a mente são precisamente o respeito, amor, honra e confiança. E isso passa (ou não) pelo estômago e pelo trato gastrointestinal, literalmente. 🙂
Agora, permita-me fazer-lhe algumas perguntas:
– Que tipo de alimentos você come?
– Que tipo de alimentos deseja?
– O que precisa e quais as emoções que sente ao comê-los?
– Como é que costuma escolher os seus alimentos?
Verifique as suas emoções e pergunte-se que conexão poderá existir entre as necessidades que precisa atender, aos diferentes níveis.
Ter consciência dá jeito e a verdade começa aí. Então, temos tudo para fazer boas escolhas. Porém, somos levados pelos nossos desejos e emoções não resolvidas.
E a solução?
Bom, por hoje, deixo-lhe aqui algumas técnicas básicas para se livrar destas armadilhas:
– Sempre que sentir o impulso de comer fora de horas, pergunte-se: estou com fome ou com vontade de comer? Estou com fome de quê? O que me incomoda neste momento? Traga para o consciente a situação e tente resolver;
– Pratique uma actividade física para canalizar o stress (caminhada, yoga, dançar, etc.);
– Alimente também a sua mente e atenção plena, tire um tempo para olhar para dentro de si, para meditar, ou até mesmo contemplar a natureza;
– Descubra as suas reais necessidades emocionais através de Psicoterapia. Comece por tentar compreender-se (ao seu corpo e à sua mente). Não é a “encher-se de nada” que você se ajuda ou cria as bases para se sentir bem. Procure conhecer-se a si mesmo, com curiosidade, descobrindo a sua singularidade e complexidade únicas e naturais, tornando-se o seu principal aliado na grande viagem (e a mais importante) que é aquela que podemos fazer ao centro de nós mesmos. Aprendendo de que forma você poderá ser a principal fonte do seu alimento emocional.
– Perceba, através dos sinais que o seu corpo e que a sua mente lhe dão, que quando não nos cuidamos o suficiente, quando não dialogamos connosco mesmos, o corpo começa a tornar-se numa barreira ou num escudo defensivo em relação a nós e ao mundo à nossa volta. E quando nos sentimos mal, a tendência é ferir-nos ainda mais, comendo o que não nos faz bem.
Em suma, existem diferenças entre desejo, necessidade e vontade. É importante aprendermos a lidar com as nossas emoções, pois acontece com frequência alimentarmo-nos compulsivamente, mais por ansiedade do que por fome.
Quando assim acontece, simplesmente esperamos que o alimento nos traga novamente uma sensação de bem-estar e aí é fácil cair-se num ciclo vicioso.
E depois?
Diz-lhe alguma coisa aquela sensação de culpa ou de “ressaca” moral?..