Já ouviu falar das constelações familiares?

 

As constelações familiares são uma ferramenta ou recurso terapêutico criado por Bert Hellinger, em que se pretende olhar para um problema e solucioná-lo compreendendo as dinâmicas em que o mesmo está inserido, tendo por base a representação de um conjunto de pessoas (tipicamente o próprio, o problema em questão, e também os pais ou alguém específico relacionado com o tema ou ambos) e ao qual se atribui um significado.

A força da família é enorme devido ao afeto interpessoal e à sua carga ancestral que está em nós. Nós somos parte de todos os ancestrais da nossa família, pai e mãe. E além de construirmos a nossa história, carregamos também de forma intrínseca a história da família, quer sejamos mais ou menos apegados a ela, está em nós. Na nossa pele, sangue, cabelos.

Todas as famílias têm histórias, segredos, doenças, mortes estranhas, destinos macabros e sombrios. O que acontece é que muitas vezes existem temas na nossa vida que não se desenvolvem, situações que não acontecem nem se desenrolam, obstáculos que permanecem sem que compreendamos o porquê. Quando olhamos para nós como uma ilha é incompreensível e nem conseguimos desvendar a origem de tal, nem perceber o porquê, mas quando colocamos a nossa família compreendemos:

Os emaranhamentos com alguém específico, as lealdades inconscientes, a dor do outro que carregamos por amor e tanto mais.

Bert Hellinger, após muito estudo e também conhecimento acerca de variadas abordagens psicoterapêuticas criou aquilo que seria a base das constelações: as ordens básicas da vida que ele intitulou de as ordens do amor.

Existem três leis que são chamadas as ordens do amor:

– a lei da hierarquia;

– a lei da pertença;

– e a lei do dar e do receber.

Quando as ordens do amor estão em equilíbrio tudo está a fluir, mas quando isso não acontece pode existir de tudo: destinos trágicos, padrões disfuncionais de comportamento, sensação de não avançar na vida, crenças limitantes e que condicionam toda a vida entre tantos outros. Tudo o que está entranhado na nossa família afeta-nos pessoalmente mas também a nossa vida e o que dela faz parte como o trabalho, o casamento, filhos, projetos e até a forma como nos sentimos na vida e como a vivemos, etc.

Como acontecem as constelações?

 

Existe um campo (pode ser uma base de metal, madeira ou outro material) onde tudo acontece, colocam-se os bonecos (estes são representantes do sistema familiar, de nós e do que queremos compreender e observar) e vamos observar como o nosso subconsciente nos guia para representarmos o que pretendemos.

Muitas pessoas conhecem as constelações familiares como sendo feitas em grupo, algo que para uns é excelente, para outros nem tanto devido a não se quererem expor perante várias pessoas, nem a si nem ao problema em questão.

No entanto, as constelações também se podem fazer de forma individual, no lugar de se selecionarem pessoas para representarem familiares, problemas, a si próprio ou outro, escolhem-se bonecos.

A consulta online faz-se da mesma forma que a consulta presencial, primeiro uma pequena entrevista, segue-se a consulta propriamente dita, o cliente irá selecionar os representantes mediante aquilo que pretende trabalhar e observam-se as dinâmicas. Fica claro, muitas vezes é quase imediato o que se passa, noutras é preciso olhar de uma outra forma, compreender o que ali se vê, e seguem-se as frases de solução, um momento de alívio muitas vezes, de desenlaçar os nós.

O momento de desvendar o véu e a magia acontece.

Muitas vezes é o início para muitas mudanças, noutras para um despertar em relação a algo, em última análise procura-se que as ordens do amor sejam restabelecidas, que o amor flua e que ninguém esteja excluído.

A consulta é feita numa base de madeira com bonecos feitos artesanalmente também em madeira. Existem bonecos maiores que representam adultos, bonecos com cabelo grisalho que representam por exemplo os avós, bonecos um pouco mais pequenos representando os adolescentes, bonecos ainda mais pequenos que podem ser selecionados para representarem crianças e os muito pequenos que simbolizam os bebés. Existe diferenciação entre bonecos masculinos e femininos, existem também outros que representam a casa, o amor, o trabalho, o dinheiro, um que está em branco podendo representar o que quiser e bonecos apenas com uma cor que podem simbolizar aquilo que for importante ou substituir um boneco mais caracterizado.

 

 

Qual é o objetivo das constelações?

 

– Expandir a nossa consciência acerca dos obstáculos em relação a algo específico;

– Contactar sentimentos profundos em relação ao que se está a vivenciar, observar, respeitar, honrar e aceitar para depois poder fluir o amor;

– Compreender porque motivo está a carregar tantas cargas e de onde vêm;

– Dar-se conta do que está de facto a acontecer e o porquê;

– Tomar a força da vida para seguir o seu caminho livre e mais fluido;

– Encontrar as soluções para os seus problemas entre muitos outros.

No seu livro Manual Prático de Constelaciones Familiares de Alejandra Mitnik, esta diz:

“ Se alguien quiere ayudarte y no te enseña a buscar dentro de ti, no te está ayudando verdaderamente.”

Assim, nas constelações o processo vai acontecendo à medida que as dinâmicas se observam, se compreendem, que surgem novas propostas e que as frases de solução vão sendo proferidas e ao mesmo tempo elaboradas dentro de cada um. Poderíamos falar não só de constelações familiares mas de constelações emocionais, porque todo o nosso mundo emocional é chamado para este trabalho, para esse momento, em que pela primeira vez podemos honrar a nossa mãe, ela que nos deu à luz, que nos deu o maior dom que podemos receber: A vida. Ou honrar o nosso pai, o que nos guia para o mundo, para nele nos descobrirmos e construirmos o nosso caminho.

 

Quando pode ser mais útil recorrer às constelações:

 

– Resolver problemas familiares e relações familiares, conjugais e parentais disfuncionais ou difíceis,

– Ultrapassar obstáculos e dificuldades recorrentes,

– Compreender bloqueios internos e externos e a origem de problemas (dos mais vulgares aos mais estranhos),

– Situações aparentemente sem solução, entre muitos outros.

“Quando alguém decide curar-se, ele se transforma em uma obra de amor e compaixão, já que não se torna saudável somente a si próprio mas também a toda a sua linhagem.”

“Uma pessoa está em paz quando todos os membros da sua família têm um lugar em seu coração”.

“Qual é a maneira mais bela de se mostrar o amor? Quando me satisfaço com o outro exatamente como ele é”.

 

De Bert Hellinger.

Ficou curioso(a)?

Marque aqui a sua consulta comigo e venha conhecer esta ferramenta terapêutica das constelações familiares:

Sites: https://www.hellinger.com/pt/constelacao-familiar/

Obras: Alejandra Mitnick: Manual de Constelaciones Familiares

Bert Hellinger: As Ordens do Amor

Cátia Raposo – Psicóloga na WeCareOn