As palavras psicólogo, psicologia, terapia, estão cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia. Já não é algo estranho e completamente desconhecido, nem tampouco associado só a “malucos”.

 

Mas afinal de que se trata?

 

Muitas pessoas me perguntam o que são as consultas de psicologia clínica que eu dou. O que é que se fala, se fico só a ouvir durante a sessão toda ou se vou intervindo também, se é só uma consulta ou se são várias.

Pois bem, é preciso primeiro compreender que cada pessoa ressente-se ao longo da sua vida daquilo que vai vivendo. Por dia, uma pessoa tem mais de um milhão de estímulos: cruza-se com outras pessoas, toma decisões, questiona-se sobre a sua existência, entre muitas outras coisas.

 

Mas nem sempre sabe como arrumar essa informação. Não sabe como lidar com o stress, com a insegurança, como lidar com uma perda, com indecisões, frustrações. Até mesmo com as ações e reações dos outros para consigo. Muitas vezes o próprio stress está relacionado com o viver tanta coisa ao mesmo tempo e não saber como lidar com isso.

 

Mesmo sem um problema definido, o psicólogo facilita a “arrumação das gavetas” que não conseguimos arrumar sozinhos porque são muito “pesadas”. Ou porque são muitas, ou simplesmente porque estamos cansados de ser resilientes e fortes.

 

Nem sempre é fácil encontrar a pessoa certa com quem falar. A família e os amigos são sempre a primeira opção, é certo, mas, nem sempre sabem como ajudar. O que dizer, não sabem a angústia que se está a sentir, a falta de energia, o coração apertado ou os batimentos acelerados, o pânico que se instala ou a apatia. Não são imparciais nem acríticos.

 

É aqui que entra o Psicólogo

O psicólogo é como um organizador do estado interior da pessoa. É alguém que entra em nossa “casa” e vai ajudando a arrumar cada uma das divisões. Vai compreender as maiores dificuldades da pessoa e potenciar as suas qualidades.

 

Sim, que não se pense, que para ir ao psicólogo é só porque se tem problemas ou dificuldades.

 

Pelo contrário. Muito do trabalho feito é no sentido de potenciar o que de melhor há na pessoa. E ajudá-la a ver isso, que por si só é, muitas vezes, um factor de grande crescimento.

 

Sozinhos muitas vezes não conseguimos ver as situações com clareza. Nem nos apercebemos da quantidade de recursos internos positivos que temos. E isso, muitas vezes é o essencial para desimpedir o bloqueio que a pessoa sente e que a impede de ser prática e resolver as situações.

 

Numa sociedade competitiva e individualista, não há o hábito de elogiar o outro e reforçar aquilo que de melhor tem. Pelo contrário, as pessoas movem-se pela sua insegurança e, com receio que o outro seja melhor que ele próprio. Não são capazes de reconhecer e dizer aquilo que o outro é.

Todas as pessoas precisam de se sentir apreciadas, elogiadas, reconhecidas. e na falta disso ficam com um vazio que é preenchido ou compensado com outras coisas, muitas delas materiais, para não se sentirem vazias.

 

Este caminho com o psicólogo é assim de olhar para a pessoa como – ela é -. Olhar. Acreditar que pode ser mais e melhor. É este olhar que, na maioria das vezes, dá um grande impulso para que as outras coisas resolvam muitas coisas em si e para que haja uma aceitação do próprio.

 

A primeira Consulta de Psicologia

Chegar à primeira sessão é sempre o que custa mais. Decidir a que psicólogo ir, pensar no que se vai dizer, como vai correr, o que é que o psicólogo estará à espera de ouvir, será que o que se vai dizer faz sentido, etc. O importante é não deixar nada por dizer. É estar lá e sentir a situação como algo para o seu bem.

 

O psicólogo não o vai criticar nem julgar.

 

Claro que, os psicólogos são pessoas como todas as outras e nem sempre é criada uma empatia entre os dois. Nessas situações o melhor é ser sincero com o psicólogo para que o encaminhe para outro que o possa ajudar.

Mas, no fim, grande parte das pessoas saem com uma sensação de alívio, de que foram escutadas e que ultrapassaram a primeira barreira de uma corrida de obstáculos.

 

Nesta sessão o psicólogo tenta perceber o que é que se passa. O que leva a pessoa a ir até ali e faz algumas perguntas sobre a sua vida, para a compreender melhor. Só assim, é que vai compreender aquela pessoa tal como ela é. Não está ali para julgar.

Nem as perguntas são feitas ao acaso. Pelo contrário, esta primeira conversa que depois se estenderá pelas próximas, dão ao psicólogo informações valiosas para saber como poderá ajudar a pessoa e qual o caminho terapêutico que se pode traçar.

 

Há ainda quem pense que por se ir ao psicólogo significa que se é fraco e que não se consegue lidar com as situações sozinho. Pelo contrário.

 

É até um ato de coragem!

 

Nem sempre conseguimos resolver dentro de nós tudo aquilo que vivemos. Há coisas que ficam por dizer, por esclarecer, por compreender e por aceitar. Nesse sentido é feito um trabalho com a pessoa onde todas essas situações são faladas e resolvidas.

 

Quantas Consultas de Psicologia vou precisar?

Outra questão que oiço muito é: vou precisar para sempre de consultas? O objetivo do psicólogo não é mantê-lo como cliente para sempre. Mas sim, capacitá-lo com competências para que se torne autónomo e capaz. Cada terapia tem a sua duração, umas mais longas que outras, apenas depende do próprio funcionamento emocional e psicológico da pessoa.

 

E, isto é algo que é sempre falado nas consultas com o psicólogo, pois é importante que não fique com dúvidas ou receios. É sempre delineado com a pessoa aquilo que se vai trabalhar. Quais os objetivos que se pretende alcançar com as consultas, e como fazer para lá chegar. A este procedimento chama-se o contrato terapêutico, delineado entre o Psicólogo e o cliente.

 

Conclusão

Com tudo isto, pretende-se que as pessoas compreendam que o papel do psicólogo não é ‘curar’. Mas sim ajudar a pessoa a resolver os seus problemas, a enfrentar as suas dificuldades, a compreender-se melhor a si próprio, a aceitar-se e, a procurar estabilidade psicológica e emocional entre outras coisas.

 

É assim um caminho a dois, em que só se trabalha aquilo que a pessoa quiser e estiver disponível para, e, ao longo desse caminho novos objetivos vão surgindo, construindo-se assim um processo terapêutico.

 

Torna-se assim num investimento em si próprio, em algo apenas seu e feito por si. Para que consiga depois sentir-se bem consigo e com os outros à sua volta. E para que tenha gosto por viver e consiga melhores resultados a nível pessoal e profissional.

 

Na consulta de Psicologia, cada caso é estudado de forma aprofundada tendo por base a anamnese, a introspeção, a observação de comportamento, a associação livre (dependendo da sua abordagem teórica), podendo também utilizar vários outros métodos qualitativos. Mais, a consulta de psicologia pode ser individual, de casal e em família.

 

Outra competência do psicólogo que pode decorrer na consulta de psicologia, é a avaliação psicológica. Seja ela emocional, cognitiva, de personalidade com o objetivo de melhor perceber o funcionamento intrapsíquico e a personalidade do sujeito que se está a acompanhar.

 

 

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Quando fizer a marcação indique que leu este artigo e peça para esclarecer as suas dúvidas e questões.

 

 

Por Inês Andrade Fraga e Marisa Pereira psicólogas @ WeCareOn