Há muito sabemos que o corpo fala, através da linguagem não verbal e das doenças psicossomáticas. A mente faz parte do corpo e o movimento é a interacção vital entre ambos.
Pouco observamos as nossas ações ou estados de inércia tendo em conta a linguagem subtil dos nossos movimentos internos e externos, os nossos pontos de tensão, físicos e mentais e a relação entre eles.
Pois tudo o que é vivo mexe-se. A nossa própria trajetória de vida descreve etapas, transições, mudanças, estágios. É preciso que pensemos neste caminhar não só olhando para o mapa que uma vez desenhamos ou recebemos de alguém.
É fundamental que tomemos muita atenção à nossa “postura”. Ela nos conta como estamos reagindo aos desafios do caminho trilhado/desejado/esperado, nos indica as nossas inseguranças e os nossos modos de defesa.
A “postura” diz respeito à posição corporal, à direção do olhar e ao posicionamento mental, às inflexibilidades, aos maus-jeitos emocionais, às manobras e desequilíbrios físicos e psíquicos.
Mesmo que aparentemente falte movimento, transformação em nossas vidas, lembremos que ilusoriamente estáticos, estamos nos movendo. Pois sem sair do lugar, o nosso corpo e a nossa mente vão buscando incessantemente formas de se acomodar.
Estas formas estão denunciadas em nossa postura, em nosso tônus, que não pára de falar da cabeça/mente aos pés.
Deixo aqui uma proposta:
Olhe-se no espelho, de corpo todo – não aceite ver-se partido, e observe-se. Deixe o seu corpo falar, escute-o e perceba como ele participa da sua história. Deixe que ele conte, através da sua mente, aquilo que você sente e sabe sobre você.
Experimente este exercício e repita-o este sempre que sentir vontade, sem censura.
Por Marcela Alves – Psicóloga WeCareOn