Este texto propõe-se a um convite à reflexão, um desafio à revolução interior, reveladora, abrindo rumo à felicidade!

O que determina a felicidade não é o rendimento per capita nem o sistema político, mas sim a harmonia íntima do ser humano consigo próprio e com o mundo que o rodeia. Todo o ambiente externo permite um enquadramento, mas não o determina. Será mais fácil que as pessoas influenciem a realidade/o enquadramento, do que pretender que a realidade as

melhore.

Como dizia o magnata e filantrópico Rockefeller, ‘A lei é feita para o homem e não o homem para a lei’.

Num determinado contexto, todos recebemos os mesmos estímulos (ambientais, climáticos, cultura, economia, política…) mas nem todos os assimilamos da mesma forma. Cada escolha é um caminho que nos propomos traçar. Esse caminho, terá duas vias, a do fatalismo existencial ou da via potencial a ser explorada que se move pela sua própria força até se converter em si próprio, numa liberdade interior de superação.

 

Esta liberdade interior não é mais que uma estratégia psicológica que possui três pilares, a autocrítica, o autoconhecimento e a autoafirmação.

 

A autocrítica favorece o aperfeiçoamento, o melhoramento pessoal, profissional, relacional, comunicacional, permite o desenvolvimento interior. A desculpa perfeita para não evoluirmos ou melhorarmos a nossa postura (a nossa vida) consiste em orientar a nossa capacidade crítica para o outro!

Algo que possuo bem claro para mim mesma, sobre a natureza humana, é que todos estamos abaixo do nosso respetivo potencial.

O que fazer para alcançar esse potencial e despertar a liberdade interior?

Existem três premissas básicas:

 

1. Aceite os seus próprios defeitos

2. Desenvolva o seu autoconhecimento e intua as suas potencialidades

3. Esteja comprometido para atenuar os defeitos, e desenvolver as potencialidades

 

Estas premissas podem conduzi-lo da insegurança à confiança e da frustração existencial à realização pessoal!

Do ponto de vista existencial, a possibilidade de sermos felizes inicia-se exatamente no mesmo momento em que assumimos construtivamente o ‘sofrimento’ que nos pode causar a aceitação dos nossos defeitos. O individuo cresce na mesma proporção em que é capaz de autocriticar-se produtivamente, o que significa que não basta detetar imperfeições, é também necessária a determinação e coragem para as corrigir.

Assim, ao invés de se lamentar de que as coisas correm mal e que o mundo é injusto, decida empregar a sua energia no autoaperfeiçoamento e terá diante de si um repto apaixonante e realizador de edificar, com o seu próprio esforço, o seu futuro!

Se o projeto lhe interessar, centre a sua capacidade de crítica nas suas próprias imperfeições e descobrirá o prazer de crescer interiormente e desenvolver as suas potencialidades genuínas!

Deste modo, estará apto para receber o galardão da felicidade, que se compõe de realização pessoal, congruência interna e amor.

 

A realização pessoal é a peça basilar da psicologia rogeriana e pode definir-se como a sensação íntima de bem-estar gerada pela utilização produtiva das capacidades do indivíduo. Para a alcançar devemos situar-nos numa posição existencial em que possamos expressar as nossas habilidades/capacidades, através da atividade profissional ou outras atividades que expressem as nossas potencialidades de forma positiva, otimista, com alegria e esperança. Quem se realiza no que faz, não procura a felicidade, encontra-a!

Quem faz da sua vida um meio de expressão positiva das suas faculdades não só se realiza, como alcança congruência interior e otimiza o atrativo da sua personalidade, podendo também mais facilmente encontrar o amor.

Por congruência interior quero referir-me ao estar de acordo consigo próprio, ser autêntico e para tal, deve conhecer-se bem, conhecer os seus valores, pois são eles que balizam as suas tomadas de decisão.

 

Permita-me umas palavrinhas sobre o amor!

Se consegue estar só sem se descompensar (sentir tristeza, vazio, desanimo…), se se pode sentir bem apesar de não ter um par, é provável que a sua escolha se fundamente em sólidas razões de complementaridade. Se, pelo contrário, a sua intenção de combater a solidão foi o fator determinante do seu compromisso afetivo, é previsível que a opção seja inconsistente ou pouco adequada.

Tenha isto presente e estará em condições de encontrar esse amor que contribuirá para a sua felicidade.

Se sente que não está neste patamar, talvez os ladrões da felicidade se tenham apoderado de si. São eles, o sentimento de inferioridade, o vazio afetivo e o sentimento de culpa.

Qualquer virtude, valor ou capacidade que possuirmos, por mais desenvolvida que esteja, nunca bastará para evitar o agravo comparativo ou em relação a outras pessoas. Ninguém é, ao mesmo tempo, o mais belo, inteligente, simpático, honesto, hábil e forte dos mortais; por conseguinte, todos temos motivos para nos sentirmos inferiores, se aceitarmos o esquema competitivo da avaliação em vigor.

Só há uma solução eficaz: reorientar o ponto de referência comparativo. Proponho que em vez de nos compararmos com o que os outros são, nos comparemos com o que nós podemos ser. Todos podemos melhorar o nosso potencial. Pratiquemos este saudável exercício, o da superação pessoal.

 

A própria palavra superação indica = SUPER + AÇÃO!!!

 

A sensação de vazio afetivo é mais um problema pessoal do que relacional/interativo.

Depende mais de como se vive o amor do que do amor que se vive. Amar não deve significar uma retribuição de serviços nem uma compensação de inseguranças, mas sim a expressão de um sentimento que implica o desejo recíproco de partilhar um projeto comum com base na maturidade de ambas as partes. Uma relação afetiva não garante neutralização do vazio afetivo, a não ser que incorporem uma boa dose de autenticidade, simetria e complementaridade. O par ideal é formado por duas pessoas autónomas que, no exercício da sua liberdade, decidem empenhar-se numa dinâmica que lhes proporciona felicidade. Amor é partilhar o que está em nós com os outros e não procurar nos outros o que nos falta a nós!

Da mesma maneira que nos sentimos inferiores porque caímos no erro do agravo comparativo, ou sofremos o vazio afetivo por não nos aceitarmos o suficiente, podemos afirmar que padecemos do sentimento de culpa porque temos uma consciência demasiado rigorosa. A culpa emerge quando agimos contra os nossos princípios éticos, contra os nossos valores, sem congruência interna. Por outro lado, quando as nossas atitudes e comportamentos são regidos por razões de coerência interna e sentido de responsabilidade social, a culpa não nos consegue paralisar.

 

Onde se encontra você?

Entre o galardão ou o ladrão da felicidade?

 

Nota: trata-se de um artigo de opinião, com base em diversos autores de diferentes correntes dentro e fora do campo da

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Liliana Pena – Psicóloga WeCareOn