Hoje em dia é impossível não ouvir falar da inteligência artificial e das suas mil e uma potencialidades para o futuro. Mas afinal de contas o que é isto da inteligência artificial? Serve para quê? Estará de alguma forma relacionado com a saúde mental? Haverá alguma advertência? Será que os filmes de ficção estão certos e vamos ser todos substituídos por máquinas?
Todas estas questões e muitas outras serão esclarecidas neste artigo. Poderás saber mais e ficar a par do que é este conceito e o que já está a ser feito, na área da saúde mental, com recurso à inteligência artificial.
O que é Inteligência Artificial (I.A.)?
Este termo I.A. foi criado pelo John McCarthy em 1956, a fim de descrever a capacidade de uma máquina de executar funções que, normalmente, requerem a inteligência humana como a capacidade de raciocínio, aprendizagem, tomada de decisões, adaptação, controle e perceção. A Inteligência Artificial é também definida como um campo multidisciplinar da ciência que se dedica ao desenvolvimento e estudo da tecnologia.
Contudo, devido aos avanços tecnológicos que fizemos desde então, Russell e Norving propuseram uma definição de Inteligência Artificial que é mais aceite nos dias de hoje. Trata-se da conceção e construção de agentes autónomos e inteligentes que recebem diversas informações do meio ambiente e realizam ações que afetam esse meio.
Hoje em dia a I.A. surge no nosso quotidiano mesmo sem darmos por isso. Ao pegares no teu Smartphone para enviar uma simples mensagem de texto poderás observar que aparece logo o corretor ortográfico. Quando usas o GPS, os jogos online, programas de computador, aplicações de segurança, a robótica (ex.: o mais recente modelo do robô de cozinha ou limpeza), funcionalidades de reconhecimento de voz, de recomendações de filmes e séries na Netflix, e outras mais aplicações. Tudo isso funciona com base na I.A. Assim, conseguimos perceber que a tendência será a presença da I.A. no nosso dia-a-dia tornar-se tão natural como lavar os dentes ou pentear o cabelo.
Alguns dos ramos mais importantes da I.A. dizem respeito ao estudo de redes neurais artificiais, machine learning, e o processamento de linguagem natural. O primeiro diz respeito a modelos matemáticos, tecnológicos, ou computacionais que imitam as funções lógicas e de aprendizagem caraterísticas dos neurónios presentes no cérebro. O segundo refere-se à capacidade dos computadores de aprenderem sem serem expressamente programados para tal. Por fim, o último está associado ao modo como os computadores processam a linguagem humana.
Agora que já sabes o que é a I.A., vais perceber porque te falamos nestes termos que parecem dar um nó aos nossos neurónios.
Qual a aplicabilidade da Inteligência Artificial na área da Saúde Mental?
Quando começou?
Em 1966 Joseph Weizenbaum criou a ELIZA, um programa que fez a primeira simulação de um psicoterapeuta Rogeriano. Sendo capaz de imitar o estilo de comunicação empático de Carl Rogers. Funcionava como uma espécie de chatbot (i.e., um programa de computador que permite que os utilizadores tenham uma conversa com o mesmo, tanto por escrito como por voz) que utilizava um formato de perguntas e respostas para responder ao que era escrito pelo utilizador.
Contudo, a grande limitação é que as resposta da ELIZA eram, essencialmente, reformulações das declarações e perguntas efetuadas pelo indivíduo, ou seja, se a pessoa dissesse “A minha mãe odeia-me” o programa responderia “Quem mais te odeia na tua família?”. Todavia, apesar desta limitação Weizenbaum rapidamente compreendeu que os utilizadores estavam genuinamente envolvidos pelo programa, como se de facto estivessem a falar com uma pessoa capaz de transmitir uma sensação de compreensão.
É por este motivo que a ELIZA é vista por muitos como um dos primeiros programas capazes de passar no teste de Turing (i.e., tem o objetivo de descobrir se o grau de inteligência das máquinas é de tal ordem que consegue “enganar” uma pessoa, fazendo-a acreditar que se trata de outra pessoa). A ELIZA, apesar de ser uma experiência de sucesso, apenas tinha como objetivo imitar um psicólogo a interagir com um paciente, não tendo a capacidade de fazer recomendações ou sugestões sobre os problemas apresentados.
Depois da ELIZA vieram outros chatbots, nomeadamente, no princípio dos anos 70, Kenneth Colby (psiquiatra) criou um programa que designou de PARRY e que simulava uma pessoa com esquizofrenia paranoide. Tal como a ELIZA, este programa também conseguia conversar com outras pessoas. Este programa passou igualmente no Teste de Turing, uma vez que diversos psiquiatras especializados não conseguiam diferenciar o PARRY de um indivíduo com esquizofrenia paranoide.
Posteriormente em 1995, surgiu uma versão mais sofisticada do programa ELIZA, que se chama ALICE. A sua criação trouxe vários contributos, alguns dos quais vieram a permitir desenvolver as ferramentas utilizadas para criar os chatbots como os conhecemos hoje em dia.
O que está a ser feito hoje em dia? Quais são os planos para o futuro?
Agora que já estás a par de como começou a relação da Inteligência Artificial com a saúde mental, vamos dar-te a conhecer o que está a ser feito, e o que está a ser projetado para ser aplicado nesta área muito em breve.
Nota: Embora, em certo momento, estas informações possam parecer saídas de um filme ou livro de ficção, asseguramos que foram todas retiradas de artigos científicos todos eles identificados no final.
Ferramentas de diagnóstico
Para os clínicos um dos maiores desafios em realizar diagnósticos tem a ver com o facto de que as interações estabelecidas permitem ter uma visão não muito ampla do estado mental do indivíduo. Atualmente, as avaliações dos pacientes passam pela observação e pela realização de testes ou questionários. Estes métodos podem ser subjetivos, difíceis de repetir e muito morosos.
Como é que a I.A. pode ajudar?
Esta ferramenta poderá ser adaptada para fazer análises de áudio ou vídeo como, por exemplo, foi elaborado um programa que permite analisar o discurso, utilizando machine learning, e tem 79% de precisão na previsão do início da psicose em indivíduos com elevado risco. Para um outro exemplo, foi utilizado um programa capaz de detetar o PHDA e a Perturbação do Espetro do Autismo com 96% de precisão, simplesmente com base na análise de vídeos do comportamento da pessoa.
Assim, para além de poderem vir a auxiliar no diagnóstico, estas ferramentas também poderão vir a ajudar com a monitorização do progresso dos pacientes, tanto no contexto de consulta como fora delas, algo que já é feito por alguns psicólogos através da sugestão do uso de certas aplicações (apps).
Neste seguimento, existe um outro estudo que é importante referir, visto que pretendeu desenvolver um método fiável, através da combinação de diversas variáveis, que permitem distinguir entre grupos com e sem risco de suicídio. Os autores recorrem à I.A. e definem algumas variáveis associadas ao comportamento e ideação suicida.
Essas variáveis poderão ser usadas para criar uma ferramenta de diagnóstico rápida e fácil de usar. Para além disso, as intervenções terapêuticas poderão ser delineadas para amenizar o impacto que essas variáveis poderão ter no estado emocional dos indivíduos, reduzindo assim o risco. Assim, as intervenções poderão reforçar o bem-estar psicológico, os sentimentos de autovalorização e os motivos para viver.
Monitorização
Se pensarmos na consulta como um breve momento durante uma semana, não conseguimos deixar de refletir sobre a infinidade de coisas que ocorrem fora desse período.
Aí poderá surgir a questão: Em que medida é que a inteligência artificial pode ajudar nesta situação?
Ora, peguemos no exemplo da monitorização do humor. Nestas situações, muitas vezes é pedido aos pacientes que mantenham registos escritos do seu humor, isto é, uma espécie de diário do seu humor. Já existem apps que incitam os utilizadores a responderem a questões sobre o seu humor, padrões de sono, e outros aspetos.
A I.A. poderá então vir a ser utilizada a fim de complementar estas apps, fazendo uso de sensores e como exemplo, podemos referir a app “Companion” que regista indicadores comportamentais através do telemóvel. Num estudo efetuado com 73 indivíduos, com Transtorno de Stress Pós-Traumático ou Depressão, identificaram como bons preditores destes sintomas, o número de chamadas efetuadas, as distâncias percorridas, a variação da voz, o ritmo da fala e a qualidade.
Para além destes indicadores comportamentais, alguns dados fisiológicos também poderão fornecer outras medidas objetivas de saúde mental como, por exemplo, o registo da temperatura da pele poderá ajudar a identificar se os utilizadores experienciam baixo ou elevado stress.7,11
Tratamento
A inteligência artificial poderá permitir que os tratamentos existentes, hoje em dia, possam ser providenciados através de novos meios o que poderá aumentar a disponibilidade e eficácia de certos tratamentos. A título de exemplo, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) surgiu no início dos anos 60, foi adaptada para ser utilizada como intervenção online desde 1990, mas tem sido marcado por uma baixa adesão.
Uma alternativa para contornar este aspeto são as apps que usam chatbots que foram elaborados tendo por base a TCC, e que permitem ao utilizador estabelecer um diálogo onde são fornecidas ferramentas caraterísticas desta intervenção. Estas apps poderão aumentar a adesão e fornecer outras vantagens (e.g., vir a superar longas listas de espera para os serviços). Num estudo recente, identificou-se que a app designada por “Woebot” demonstrou ser capaz de ajudar a diminuir os sintomas de depressão e ansiedade em estudantes universitários durante um curso de 2 semanas. Contudo, ainda é preciso mais investigação para determinar qual é o uso ideal.
Deste modo, a I.A. aplicada às apps poderá vir a ser utilizada pelos indivíduos enquanto estão em lista de espera para serem atendidos, e um exemplo de uma app que usa esta componente é a Wysa que funciona como uma espécie de coach que responde às emoções dos utilizadores aplicando técnicas da TCC, meditação, técnicas de respiração, yoga, e outras ferramentas para melhorar as competências capazes de tornar os indivíduos mais resilientes.
Para além das inúmeras vantagens da I.A. quando aplicada às apps (e.g., superar as longas listas de espera, fácil acesso e etc.), outro uso poderá ser através da terapia online por meio de uma plataforma interativa que se baseia na estrutura das redes sociais e que é utilizada por jovens, sendo um espaço onde poderão aprender e praticar técnicas terapêuticas, adquirir novas perspetivas e validação, aprender a resolver problemas e acaba por funcionar como uma espécie de meio de transição após terminarem o processo de terapia ou quando saem dos programas de intervenção precoce para dar apoio a jovens com sintomas de doença mental e ajudar no seu caminho até à recuperação.2,5,7
Como fica o papel dos psicólogos? Será que a Inteligência Artificial vai substituir os psicólogos?
De facto, podemos observar que o campo da I.A. está a desenvolver com certa rapidez e as oportunidades para aplicar esta tecnologia na área da psicologia também são cada vez mais. Contudo, para tal acontecer existem diversos desafios que precisam de ser ultrapassados como, por exemplo, a investigação que envolve intervenções clínicas de inteligência artificial ainda é escassa e, portanto, é muito cedo para prever o real impacto ou potencial desta estratégia na psicologia.
Será que a profissão dos psicólogos e outras mais vão ser todas substituídas por robôs nas próximas décadas?
Esta tecnologia tem potencial para trazer cada vez mais benefícios e melhorar a nossa vida em vez de a destruir, podendo vir a ajudar-nos com diagnósticos médicos ou psicológicos, cirurgias, e entre outros aspetos. Já existe robótica e algoritmos a serem desenhados para nos ajudarem nas áreas acima referidas e a tendência é para nos ajudarem cada vez mais, conforme vão sendo aperfeiçoadas para realizarem tarefas cada vez mais complexas.
Em muitos filmes de ficção a grande maioria das nossas profissões é substituída por máquinas robóticas e programas de computador, e se há aqueles que, efetivamente, acreditam que este será o nosso futuro, existem outros que acreditam que iremos adaptar-nos a esta nova realidade pois até agora, a cada novo desenvolvimento tecnológico, desde a revolução industrial, as pessoas têm vindo a ser capazes de se adaptar e alargar o seu leque de profissões, mas é difícil fazer esta previsão pois existem vários pontos de vista e inúmeros fatores envolvidos.
É certo que as atuais e vindouras aplicações da tecnologia com inteligência artificial são expectáveis de ter um profundo impacto na área da psicologia e saúde mental em geral. Por conseguinte, é importante que estes profissionais estejam atentos tanto às capacidades do atual uso desta tecnologia como às suas potencialidades para o futuro.
Quais os benefícios da utilização da Inteligência Artificial no campo da Psicologia?
A integração da I.A., nesta área, poderá ter um papel importante no reequilíbrio da carga de trabalho do clínico permitindo que tenha mais tempo direcionado para a interação com os pacientes, o que irá melhorar a qualidade dos cuidados de saúde. Nomeadamente, porque os profissionais precisam de investir bastante tempo a ler as notas retiradas das consultas anteriores para conseguirem obter uma imagem clara do paciente e da sua história. Neste aspeto, a I.A. poderia entrar como uma ferramenta capaz de analisar a linguagem humana para obter informações importantes, podendo então ser utilizada como uma forma de sumarizar os dados mais importantes dos registos de saúde eletrónicos de determinado paciente.
Para os psiquiatras e psicólogos, estas informações poderiam ser apresentadas de forma sucinta no princípio de cada consulta como, por exemplo, a dar uma perspetiva dos diversos exames do estado mental que foram efetuados ao longo da sua vida, e o tratamento que foi proposto.
Para além disto, a inteligência artificial quando associada a análises do discurso ou vídeo poderia fornecer um breve resumo do estado mental do paciente, o qual poderia ser utilizado como um complemento para a avaliação do estado mental efetuado pelo profissional. Uma das vantagens é que este algoritmo seria objetivo e não correríamos o risco de haver variabilidade entre os diferentes olhares dos clínicos, mas os autores propõem o seu uso como um complemento à avaliação feita por um profissional e não um substituto.
Ainda seguindo esta lógica de pensamento, os programas que usam a I.A. também poderão vir a ser adaptados para gravar a informação recolhida durante uma consulta de psicologia ou uma avaliação psicológica e automaticamente sumarizar a sessão, eliminando assim a necessidade de os profissionais efetuarem as anotações clínicas no final da consulta/sessão. Este tipo de programa poderia ser adaptado a plataformas de dispositivos móveis, como os Smartphones.
É certo que todas estas ferramentas poderão vir a permitir que se consiga obter uma compreensão mais profunda dos pacientes, facilitando com que os profissionais estejam mais disponíveis, e auxiliando o trabalho do psicólogo para que consiga dedicar-se mais a ajudar o paciente a encontrar as ferramentas adequadas para as suas necessidades e quem sabe não irá colaborar para encurtar a duração da terapia.
De igual modo, também estão a ser feitas algumas explorações preliminares para a implementação de chatbots de terapia, que poderão simular a interação com os indivíduos em diferentes graus de realidade e têm tendência para se tornarem num pilar dos serviços de saúde mental online, ajudando na procura, por exemplo, de sites ou apps onde as pessoas possam obter auxílio.
Será que os novos profissionais também podem beneficiar da Inteligência Artificial?
Para além de todas estas funcionalidades, há ainda o uso de avatares virtuais humanos, que são capazes de manter conversas dinâmicas e inteligentes, e já há investigadores que atualmente estão a desenvolver pacientes virtuais humanos para serem utilizados no treino de novos profissionais e como forma de adquirirem novas competências.
Estes pacientes seriam desenhados para imitar e reproduzir os sintomas associados a diversas perturbações psicológicas e seriam capazes de interagir com os novos profissionais através do diálogo verbal, e poderão ser modificados para simular determinadas perturbações ou para estarem adaptados ao nível de competências do aluno.
Alguns dos principais benefícios desta tecnologia remete para a possibilidade dos novos profissionais de receberem um treino adaptado e personalizável, extremamente realista e disponível a qualquer momento. Tal poderá “libertar” os orientadores/supervisores para desempenharem outras funções e poderem preparar devidamente o novo profissional no seu treino. Contudo, é certo que será preciso mais investigação para determinar a eficácia destes sistemas.
Assim, a integração da I.A. nos cuidados de saúde poderá melhorar significativamente a qualidade dos serviços, por exemplo, apresentando novas ferramentas para o diagnóstico ou facilitando a monitorização do tratamento, o que poderá vir a melhorar os resultados terapêuticos e reequilibrar a carga de trabalho do profissional. Contudo, e embora exista um grande potencial, vários são os riscos e desafios que irão surgir, até que se consiga implementar esta nova tecnologia de modo a ser adequada para a população geral.7
Existem riscos? Quais as advertências de se utilizar a I.A.?
Apesar de haver diversos investigadores que exploram o potencial de utilizar a I.A. neste contexto, existem outros que fazem algumas advertências como o facto de não devermos assumir que estas novas tecnologias só poderão ter efeitos positivos pois a falta de estudos também não nos permite definir se elas apresentam consequências negativas.
A título de exemplo, enquanto alguns pacientes poderão sentir empowerment por utilizarem apps que lhes permitem ter controle sobre a sua saúde mental através da monitorização passiva, que permite recolher inúmeras informações (ex.: como o tom da voz nas chamadas, etc.) sem a pessoa se aperceber disso, outros poderão sentir como se a sua privacidade fosse invadida ou como se estivessem constantemente a ser recordados de que não estão bem.
Para além disso, esta tecnologia poderá ser adequada e trazer benefícios para uma dada população, mas ser desadequada para outras e para perceber essa distinção é necessário que haja mais investigação.
Num futuro, não tão distante, o uso da tecnologia com recurso à inteligência artificial, poderá ser mais comum do que conseguimos imaginar. Por este motivo os psicólogos e profissionais da área da saúde mental deverão estar preparados para aceitar e até guiar o uso e investigação desta tecnologia para benefício dos pacientes, da própria profissão e sociedade.
Maria Ferreira – Psicóloga WeCareOn
Referências:
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