O envelhecimento faz parte da vida, começamos a ter mais dificuldades do que tínhamos quando eramos jovens. O que podemos fazer para envelhecer da melhor forma? Na demência parece que o nosso cérebro tem uma pequena borracha, que apaga tudo a sua volta e não consegue recuperar o que foi esquecido. Vamos, então falar sobre a Demência de Alzheimer.
Quando surgiu?
A Demência de Alzheimer foi descoberta por Alois Alzheimer em 1906.
De acordo com a Organização Mundial de Saude, a Demencia de Alzheimer representa 60 a 70% dos casos de demência. De acordom o Relatório Health at a Glance 2017” (“Uma visão da saúde”) da OCDE a estimativa do número de casos com demência para Portugal sobe para mais de 205 mil pessoas, número que subirá para os 322 mil casos até 2037.
O que afeta?
A demência é uma patologia composta por 3 grupos distintos: função cognitiva, capacidade funcional e sintomas psiquiátricos.
A função cognitiva caracteriza-se por: dificuldade em se recordar de acontecimentos recentes, de orientação temporal, de evocar nomes, da escrita, cálculo, orientação no espaço e reconhecimento de pessoas. A capacidade funcional corresponde ao desempenho do doente em atividades da vida diária. E sintomas psiquiátricos, como: alterações de humor, pensamento, comportamento, personalidade, função motora, funções biológicas, agressividade (física e verbal); comportamento alimentar, comportamento sexual, apatia (isolamento, desmotivação, desinteresse, tristeza, choro fácil, desespero, baixa auto – estima, ansiedade, culpabilidade), psicose (alucinações, delírios, falsos reconhecimentos); agitação psicomotora (andar sem objetivo, andar atrás dos outros, inquietação, repetição de atos diversos, despir, vestir).
O que caracteriza a demência?
A demência de Alzheimer apresenta um início insidioso e caracteriza-se por uma deterioração global que leva a perda de memória, linguagem, atenção e outras funções cognitivas. Esta doença ocorre por volta dos 65 anos. O ApoE14 é o gene responsável pela doença.
Vamos conhecer um pouco melhor o nosso cérebro:
As células nervosas do cérebro comunicam umas com as outras através da libertação de substâncias químicas, estas substâncias químicas são denominadas por neurotransmissores. Os neurotransmissores ajudam a transmitir as mensagens de uma célula cerebral para a célula seguinte. A acetilcolina é um neurotransmissor importante para a memória. As pessoas com Doença de Alzheimer têm níveis baixos de acetilcolina no cérebro. As enzimas designadas colinesterases destroem a acetilcolina no cérebro. Cada célula nervosa tem um conjunto específico de recetores, que são responsáveis por receberem o glutamato proveniente da célula vizinha. O glutamato está presente em concentrações mais elevadas nas pessoas que têm Doença de Alzheimer. Quando o glutamato está presente em concentrações elevadas liga-se aos recetores permitindo a entrada excessiva de cálcio nas células cerebrais, o que vai provocar danos nestas.
O que leva as pessoas a terem Alzheimer?
Os fatores de risco são a: idade, sexo, baixa escolaridade, hereditariedade, sedentarismo.
O quadro clínico do Alzheimer pode ser dividido em 4 estádios:
Estádio 1: alterações na memoria, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
Estádio 2: dificuldade em falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, agitação e insónia.
Estádio 3: resiste em executar tarefas do dia-a-dia, incontinência urinária e fecal, deficiência motora progressiva.
Estádio 4: restrição ao leito, mutismo, dor ao engolir os alimentos e infeções recorrentes.
O que posso fazer fazer?
A única forma de prevenir a doença é a prevenção. Ficam aqui algumas sugestões:
-Estudar, ler, pensar, manter a mente sempre ativa (aprender coisas novas, uma nova língua, um novo curso, de forma a reforçar as sinapses cerebrais);
-Fazer exercícios de matemática;
-Realizar atividades em grupo;
-Não fumar;
-Não consumir bebidas alcoólicas;
-Ter alimentação saudável e equilibradas;
-Fazer prática de atividades físicas regulares.
Barbara Cerqueira – Psicóloga e Neuropsicóloga