É surpreendentemente difícil de entender?!

Tendo por base estatísticas, a correlação entre como os outros nos percecionam e como acreditamos que somos percecionados é muito baixa.

 

 

Sem nos apercebemos disso – nós em geral – funcionamos com base em dois equívocos:
1 –  Os outros vêm-nos objetivamente como somos;
2 –  E, que os outros nos veem como nós nos vemos.

Ambas as assunções são um equivoco.
Será porque somos enigmáticos?

Ninguém é um livro aberto! Para se ser completamente e 100% conhecível, tem que ser possível à outra pessoa estar dentro da mente da outra, e como se sabe, isso não é possível. E ninguém, também se esforça tanto quanto imagina para se fazer conhecível. As emoções são menos obvias e a face também é menos expressiva. Emoções bastante fortes – surpresa, medo, desgosto e fúria – são mais facilmente legíveis do que as emoções mais subtis que experienciamos diariamente. Quando alguém parece ligeiramente frustrado não é muito diferente do que quando está um pouco preocupado, confuso, desapontado ou nervoso. A face que transmite ” estou ofendida pelo que tu acabaste de dizer” parecerá diferente daquela “não estou de todo ofendido com o que disseste”. Na maior parte das vezes pensamos, “eu fui claro no que disse!” ou “tu sabes o que eu quero dizer” mas não fomos claros, nem a outra pessoa também foi.
No mundo da psicologia isto chama-se ilusão da transparência, e parece que somos muitas vezes vitimas desta ilusão. De facto algumas pessoas são mais fáceis de perceber do que outras. Estas pessoas parecem expressar-se de uma forma que permite aos outros percecioná-los com mais rigor.

O que faz, então, com que uns sejam mais fáceis de julgar?
Para se ser rigoroso na avaliação de outra pessoa, 4 coisas têm que acontecer.

Aquele que está a ser observado:
1. tem que colocar a informação disponível
2. ter a certeza de que a informação é relevante

Da parte de quem  está a observar há que:
1. detetar e prestar atenção à informação
2. usá-la corretamente

Vamo-nos focar apenas no que está sob o nosso controle, isto é, quando sabemos que estamos a ser observados.
Para se ser facilmente percecionável temos que colocar a informação disponível para os outros, a qual deve mostrar as qualidades especificas que queremos transmitir.
Se por exemplo, se é uma pessoa muito envergonhada e reservada, estas características não revelam nada acerca dos pensamentos ou da sensibilidade. As pessoas ficam apenas a saber muito pouco acerca dela. O perigo é que essas mesmas pessoas, geralmente nestes casos, assumem uma série de características, imaginando um perfil de personalidade – que pode ou não – ser correcto.
Parece que é mais vantajoso ser facilmente percecionável. Essas pessoas demonstram maior capacidade de adaptação; são mais felizes; mais satisfeitas com a vida pessoal e profissional; tem relacionamentos mais duradouros e positivos; tem um grande sentido de propósito na vida;  sentem-se a viver com mais autenticidade e com mais confiança.
Quando as pessoas nos percecionam corretamente a vida é mais simples, fácil, compensadora, e com mais oportunidades.

 

 

A mim faz-me todo o sentido, e a si?

 

 

Fonte: Halvorson, Heide-  No one undestands you

 

​Por Aldina Costa, coach