O que é?

A perturbação depressiva começa a ser uma condição cada vez mais frequente no panorama clínico mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que cerca de 322 milhões de pessoas sofram desta doença. Para além dos números alarmantes, este quadro clínico é o maior responsável pela perda de produtividade laboral (WHO, 2019). Desta forma é necessário dar visibilidade a esta perturbação para ser mais fácil as pessoas identificarem o que estão a sentir.

 

A Perturbação Depressiva afecta o humor de uma forma tão global quanto intensa. Os sintomas variam entre, sintomas emocionais (tristeza, choro, desânimo, perda de interesse em coisas que anteriormente gostava de fazer); sintomas físicos através de dores localizadas (maioritariamente na zona do pescoço, ombros e cabeça); alterações no sono (as insónias são muito comuns) ou falta de energia e cansaço constante.

Sintomas

A fim de ser considerado  um diagnóstico válido, têm de estar presentes, cinco sintomas,  dos quais um deles tem de ser humor depressivo (ex: “sinto uma tristeza profunda”;“crises de choro constantes”) ou diminuição clara do prazer ou interesse (“não me apetece fazer nada”);

 

Uma das queixas mais proeminentes refere-se também a flutuações no peso, consequências da diminuição ou aumento do apetite (APA, 2014).

 

Normalmente, verificam-se sentimentos de auto desvalorização e culpa, muito intensos e invasivos. Desse modo, as pessoas sentem que deveriam saber ultrapassar a situação, não se apercebendo que essa exigência não só não é justa, como é reforçadora da própria depressão.

 

No âmbito mais cognitivo encontramos os sintomas que interferem directamente, entre outros, com o contexto profissional. Assim sendo, é muito frequente denotar uma clara diminuição da capacidade de concentração e memória, bem como muita indecisão relativamente a vários aspectos/decisões, o que vai fazendo com que as pessoas reforcem os sentimentos de culpabilidade e desvalorização e, consequentemente, o estado depressivo.

 

O aumento progressivo da gravidade e intensidade do quadro pode chegar, em ultima instância, a ideias de morte, que podem culminar em tendências suicidas.

Psicoterapia como uma resposta!

O reconhecimento dos sintomas, e, essencialmente, do diagnóstico (feito por um profissional) numa fase inicial, ajudam não só na eficácia do tratamento assim como na diminuição da possibilidade de recaída.

 

A intervenção psicoterapêutica incidirá nestas avaliações de pensamentos negativos, reformulando-os, de forma a potenciar, assim, uma melhoria do estado de humor associada a uma avaliação mais humanizada e positiva de si.

 

Dessa forma, serão exploradas e trabalhadas as emoções relativas à experiência e impacto dos sintomas, com especial incidência para as alterações pessoais e interpessoais que têm advindo, tais como isolamento.

 

As causas destes estados depressivos podem derivar de vários contextos (familiar, amoroso) e enquadramentos temporais (situações recentes e/ou do passado).

 

Num quadro de depressão, a rede social de apoio é um fator crucial. Pessoas com grande suporte social apresentam menor sintomatologia depressiva uma vez que pode servir como reforçador ou remediador da sintomatologia e consequentemente tem um papel central na sua resolução

 

O processo terapêutico focar-se-á, então, na pessoa, no seu sofrimento, mas também enquadramento contextual. Desta forma, as estratégias elaboradas, em conjunto, terão como objectivo, a recuperação de um estado de humor positivo e o reencontro da pessoa consigo mesma.

 

A procura de um profissional da área, não constitui um acto de fraqueza, mas sim de coragem e determinação, de percebermos que somos humanos e precisamos de ajuda, como qualquer pessoa.

 

Não tem que sofrer sozinho, consulte um psicólogo.

 

Cátia Rocha – Psicóloga WeCareOn