Diga NÃO!
Em primeiro lugar, quando se fala em violência numa relação, temos tendência a pensar, quase de uma forma imediata, na agressão física. No entanto, não é preciso ser agredida fisicamente, para se estar numa relação violenta. Desse modo, algumas palavras e atitudes magoam, destroem a auto estima e corroem-nos de uma forma indiscritível, deixando na sua grande maioria, danos irreparáveis.
Portanto, a violência psicológica, é uma forma de violência que, por ser subjetiva é muitas vezes desconsiderada por quem a vive, sendo os seus sinais, por vezes, difíceis de identificar. Esta é um tipo de violência que, no seio de uma relação, se mascara não só de ciúmes, mas também de controlo, ironia, humilhação, ofensas, rejeição, depreciação, desrespeito, entre outros.
O real impacto da violência psicológica
Não só é uma situação grave e intolerável, bem como quando permitida, têm tendência a piorar para agressões maiores.
Verdade é que, este tipo de prática não deixam danos “visíveis”, e por isso, à semelhança da agressão física, a vítima tem vergonha de expor tal situação, isolando-se e por isso, tornando mais difícil de ser identificada e ajudada.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), alguns estudos nacionais mostram que até 70% das mulheres já foram vítimas de qualquer tipo de violência por parte de um parceiro íntimo.
A violência no namoro começa cada vez mais cedo, onde se incluí ,igualmente, violência psicológica, humilhação, ameaças, perseguições, violência através das redes sociais, situações de controlo e manipulação, violência sexual e/ou agressão física por parte do companheiro.
Como identificar? Acontece quando…
O seu parceiro/a insiste em tentar determinar e controlar qual a sua forma de pensar, agir, vestir e expressar-se;
Critica-a/o constantemente por alguma coisa que faça ou em relação ao seu corpo/aspecto físico, por vezes em tom de “brincadeira”;
Manipula e força-a a afastar-se dos seus amigos e/ou familiares, utilizando argumentos como “eles não prestam” e/ou “não querem saber de ti”;
A expõe a situações humilhantes em público (lugares públicos e/ou redes sociais);
A impede de ser você mesma, de ter opinião;
Consequências Psicológicas:
Dificuldade em confiar em novos parceiros, criar laços e estabelecer relações interpessoais;
Perturbações de Ansiedade, Ataques de Pânico;
Angústia;
Baixa auto estima;
Irritabilidade;
Depressão;
Sentimento de incapacidade e/ou culpa;
Sensação de vazio;
Isolamento social;
Tentativa de suicídio;
O que fazer?
Reconhecer que se está a passar por uma situação de violência;
Acreditar que, independentemente do tipo de violência a culpa não é nossa e que, ninguém tem o direito de nos fazer passar por tal situação;
Falar com alguém de confiança expondo o que se está a passar. Pode ser com os pais, professores, amigos, psicólogo e/ou familiares;
Procurar ajuda profissional, nomeadamente instituições de apoio à vítima ou entidades competentes;
Terminar a relação, preferencialmente num lugar público ou ter algum amigo/familiar por perto na hora de o fazer;
Não entrar em confrontos, nem reagir com violência;
Estar preparado/a para a possibilidade do companheiro pressionar para uma reconciliação, pedir desculpa e/ou mostrar arrependimento. É importante que não se recue na decisão que se tomou;
Em suma
Assim sendo, ser vítima, independentemente do tipo de violência ou da pessoa por quem se sofre (namorado, família, amigos) é sempre uma experiência dolorosa e marcante na vida de qualquer pessoa, sendo na sua maioria complicada de resolver.
Muitas vezes associado a este tipo de situações, está também o medo e a vergonha de contar a alguém e que, esse alguém não acredite ou que, isso nos coloque ainda mais em risco.
São razões como estas que fazem com que a vítima se sinta sozinha, assustada, culpada, insegura, confusa, triste e/ou ansiosa. É por isso importante lembrarmo-nos que a violência jamais é aceitável, nem tão pouco alguém tem o direito de ser violento connosco.
O apoio social nestes casos é bastante importante. Todos nós enquanto sociedade temos a responsabilidade de ter um papel activo em matérias como esta.
No entanto, caso se identifique ou tenha conhecimento de alguém que esteja a passar por este tipo de situações, não ignore. Procurar ajuda é fundamental e existem entidades competentes onde o pode fazer, de forma confidencial e segura. Ninguém merece nem tem de passar por isso sozinho.
“Amor que é amor, não dói”
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