O amor deve ser sinónimo de felicidade, compreensão, empatia e preenchimento, assumindo diferentes formas e medidas. Acima de tudo é importante amarmo-nos a nós, conhecermo-nos, valorizarmo-nos e só depois de realmente o fazermos conseguiremos amar o outro.

 

Muitas vezes, erradamente atrevo-me a dizer, procuramos o outro sob forma de nos completarmos ou sermos mais felizes, mais realizados. Talvez esta procura seja fruto da sociedade em que vivemos, que nos incute entre muitos valores, os de família.

 

Ao longo da nossa vida vamos-nos apaixonando por pessoas e lugares, vamos dando espaço a vivências e experiências que nos transformam, que nos fazem crescer e isso é tão bom.

 

O que são Relações Positivas?

As relações com os outros e connosco próprios são positivas quando trabalhadas e  acima de tudo, quando nos preenchem e completam. É assim que deve ser o amor também. Não é sempre perfeito, mas a verdade é que não tem de o ser.

 

Nenhuma relação é estanque, nem deve ser conformista. Ao invés disso, deve ser vista como transformação e aprendizagem. Mas transformar não é querer mudar o outro mas sim aceitá-lo e com isso, colocarem a hipótese de poderem evoluir juntos.

 

As relações tornam-se tóxicas quando existem ciúmes, desconfianças, exigências, imposições, controlo e/ou dependência. Quando o rumo a seguir segue numa direcção pouco saudável, quase sem nos darmos conta e quando damos, percebemos que aquela relação nos faz mais mal que bem.

 

Como fazer com que uma relação funcione?

 

Para que uma relação funcione não é preciso saber-se os melhores truques, fazer testes de compatibilidade e/ou ter opções mágicas. Acima de tudo é preciso haver amor. Sentirmo-nos felizes ao lado daquela pessoa. Este é o ingrediente principal para começar qualquer coisa, depois há que manter e tornar aquela relação positiva e duradoura. Talvez esse seja a tarefa mais difícil, mas não impossível. Manter um amor sem dor.

 

As relações de início vem acompanhados de uma magia inicial, o deslumbramento, o querer fazer diferente. Mas com o tempo tendem a cair na rotina e no conformismo.

 

Muitos casais (talvez todos) passam por essa fase. Desmotivam, colocam-se em causa e alguns, afastam-se e fecham-se nos seus próprios pensamentos e sentimentos.

 

Saiba que passar por isso é perfeitamente normal e pode ser ultrapassado. A comunicação aqui, assume um papel crucial. É importante que os dois elementos do casal não tenham medo de assumir que isso está a acontecer, e juntos, conseguirem delinear estratégias mais eficazes.

 

Com o passar do tempo somos absorvidos pela rotina, pelo trabalho, pelas responsabilidades (casa, filhos…) e na maior parte das vezes esquecemo-nos de nós e descuramos da nossa relação.

 

É por isso importante estabelecer, entre os afazeres normais, rotinas e compromissos não só connosco mesmos, mas também com a nossa relação.

 

Amar é estar junto e saber-se estar sozinho quando necessário.

 

 

Como desenvolver e promover relações saudáveis

 

Comunicação Assertiva. Saber comunicar é também saber ouvir. Normalmente preocupamo-nos em dizer aquilo que nos magoa, faz feliz e/ou desejamos numa relação. É igualmente importante saber ouvir o outro, os seus medos, as suas expectativas, o que pensa e sobretudo o que sente.

 

Capacidade de Resolução de Problemas. Esta é a “prova de fogo” de muitas relações. A capacidade de desenvolver e aplicar estratégias na resolução de problemas. É importante o foco na solução, ao invés do foco no problema.

 

Capacidade de Reconstrução. Depois de uma situação desafiante (problema) há que seguir em frente. Para que isso aconteça é necessário muitas vezes uma reconstrução, ou seja, apreender e adaptar novos estilos de vida e formas de actuação.

 

Apego saudável. Uma relação visa suprimir a necessidade de conforto e carinho. Quando essa necessidade é satisfeita, é sinal que a relação é positiva. No entanto esse apego deve ser saudável e na medida certa. Ou seja, não nos devemos anular e muito menos criar uma dependência do outro.

 

Aceitação. As relações no início tendem a ser positivas, é a fase do deslumbre. Com o passar do tempo e pelo grau de convivência, existe a tendência de um elemento do casal tentar mudar o outro. Aceitar que o outro não funciona/pensa da mesma forma que nós, é ama-lo da forma como ele é. Amar é não tentar mudar, mas sim compreender e adaptar.

 

 

A verdade é que a dinâmica de um casal passa por inúmeras fases, sendo que, nem sempre estas são harmoniosas e promovem o equilíbrio desejável. Assim, a terapia de casal traduz-se numa ferramenta poderosa para o reencontro da harmonia do casal, bem estar e felicidade.

 

 

 

Raquel Ferreira