Ao longo do tempo tem-se verificado que através do Sexting, o que deveria ser privado tem passado a ser do domínio público. Tornando este um verdadeiro palco em que as vidas privadas são expostas e apresentadas para quem quiser ver.

 

A nossa sociedade tem vindo a demonstrar uma vontade cada vez maior de mostrar a vida íntima e privada, publicamente. Dessa forma, os espaços públicos acabam por ser colonizados pelas questões privadas. O que não significa que as questões de âmbito privado tornem-se questões públicas.

 

Essa reconfiguração do espaço público, como um espaço legitimado para a discussão e exibição de questões privadas, ocorre devido a uma proliferação de espetadores, que esperam ávidos para conhecer a vida alheia. É por isso que o Sexting tem vindo a se tornar algo publicável e discutido. Pois existe uma vontade de saber e conhecer a intimidade dos outros.

 

A prática do Sexting é mais frequente do que o esperado. De acordo com uma investigação apresentada na American Psychological Association’s 123rd Annual Convention, cerca de 8 em 10 pessoas admitiram praticar o Sexting nos últimos 12 meses.

 

 

O que é o Sexting?

 

O Sexting é uma prática conhecida e consiste em trocar dados íntimos e sexualmente explícitos. Seja na forma de mensagens de texto, fotografias ou vídeos através de aplicações como o Messenger, Instagram, WhatsApp, Viber, Snapchat, Skype, entre outros. Há discrepância entre as mensagens recebidas e as enviadas. Pois alguns sexters podem enviar a mesma imagem a várias pessoas e aqueles que recebem um sext podem não retribuir.

 

Sexting significado

 

A troca de mensagens íntimas, com texto e imagens, está a conquistar pessoas de todas as idades. Usada para chamar a atenção, seduzir e alimentar o erotismo em ligações estáveis ou à distância. Tem tantas vantagens como riscos e alguns têm implicações para a vida.

 

O termo Sexting surge nos Estados Unidos da América e resulta das palavras ‘sex’ (sexo) e ‘texting’ (envio de SMS). E significa a troca de mensagens eróticas com ou sem fotos via telemóvel, chats ou redes sociais. O maior perigo do Sexting é que essas fotos ou mensagens acabem espalhadas pela Net ou nas mãos de pessoas erradas!

 

Na grande maioria das vezes as imagens ou mensagens íntimas são enviadas no contexto de uma relação de namoro.

 

Mas as motivações são diversas:

  • Fornecer uma “prova de amor “pelo envio de fotos eróticas;
  • Desejo de afirmar audácia e autoconfiança exibindo o corpo de forma sedutora;
  • Solicitação do parceiro(a) para fazê-lo sob chantagem emocional;
  • Ser convencido por alguém a fazê-lo durante uma conversa online;
  • Envio por vingança de fotos ou mensagens de terceiros;
  • Envio por erro (em especial a partir de um telemóvel).

 

Chegados à época dos iPhones e smartphones, com todas as possibilidades icónicas de fazer e enviar fotos, vídeos, gravações de voz, passando pelos mais ou menos inocentes emoji, os jogos sexuais tornaram-se quase tão apelativos num ecrã como na vida real, passando a ter uma nova dimensão em que se mistura texto com sexo.

 

sexting por mensagens

 

Nos tempos atuais, em que a tecnologia se faz cada vez mais presente na vida da população mundial, crianças, adolescentes, jovens e adultos adentram no consumo e na utilização de tais modernidades tecnológicas. O telemóvel deixou de ser uma ferramenta apenas para fazer e receber chamadas. Hoje, os telemóveis além de enviar mensagens, também filmam, capturam fotos e servem como webcam. Existem aplicativos que podem ser instalados no telemóvel para pagar contas on line, marcar encontros, namorar nas redes sociais, cuidar da saúde, ouvir musica e uma imensidade de funcionalidades.

 

Tais mudanças vêm gerando novos hábitos e novos costumes, como a prática da selfie. E com isso também acarretando algumas complicações na vida das pessoas.

 

Sexting exemplos

 

Sexting  – Marketing Pessoal

 

Alguns aplicativos mais populares, como: Tinder, Grinder, Brenda, Par Perfeito, Whatsapp, entre outros, fornecem “prémios” para encontros entre pessoas que vivam próximos. Sendo o funcionamento baseado no sistema de GPS, detetando pessoas num raio de distância próxima e que estão interessadas em encontros rápidos de sexo casual.

 

Cada vez mais se expõe o corpo nesses aplicativos, geralmente retratado como objeto de desejo e exibicionismo. Também passa a ser visto como forma de aceitação e auxilia no processo de construção da autoestima.

 

Esse ato tem o propósito de conhecer melhor uma pessoa, tentar conquistar, ser desejado. Ou até mesmo para aumentar a popularidade ou aceitação no seu grupo.

 

Para tornarem-se uma mercadoria desejada, as pessoas criam diversas estratégias de marketing:

  • Aumentam a sua qualificação;
  • Mostram as suas atitudes e os seus comportamentos;
  • Criam estereótipos de si;
  • Cuidam do corpo;
  • Escancaram a sua sexualidade; etc…

 

Para se tornar objeto de consumo produzem verdadeiras “montras” virtuais de si. Com o propósito de atraírem atenção e se constituírem alvos de interesse alheio.

 

O Sexting pode ser entendido como uma estratégia de marketing. 

 

Assim, fotos sensuais, com corpos nus e seminus colocados na internet ou enviados para companheiros, vídeos com relações sexuais, filmados por pessoas alheias, com consentimento dos protagonistas, relações sexuais sendo realizadas em espaços públicos, expostas na internet ou enviadas via mensagem para conhecidos, mostram o quanto a sexualidade tem vindo a ser utilizada como algo a ser publicitado e escancarado para todos, como um modo de chamar a atenção sobre si.

 

Nesse viés, o corpo e a sexualidade tornam-se mercadorias, que precisam de campanhas de marketing para serem vendidas. Fotos e vídeos constituem-se como verdadeiros “mostruários”. Em que os diversos consumidores podem ter acesso ao corpo e à sexualidade dos outros.

 

O Sexting também pode ser entendido como um fenômeno da sociedade dos consumidores. Pois, através dessa prática, os sujeitos procuram ser reconhecidos, cobiçados, visíveis e objetos de desejo. Nesse sentido, podemos afirmar que na sociedade dos consumidores as vontades, os bens e os desejos mudam constantemente.

 

O estímulo ao desejo de consumir imagens, de consumir a própria vida das pessoas, o desejo de ser visto, reconhecido e comentado, entre outros fatores sociais, culturais e históricos proporcionam a aparecimento do Sexting. Quando se produzem fotografias e vídeos sexuais e eróticos, os protagonistas estão envolvidos com emoções consumistas, e não estão a pensar nas consequências que estão por vir.

 

 

Sexting: Espetacularização da sexualidade

 

O Sexting pode ser entendido como um espetáculo da vida privada, em palcos públicos, em que olhar do outro é uma condição de existência. São esses múltiplos olhares que acompanham os praticantes do Sexting, que também acabam por regular e controlar essas mesmas pessoas.

 

O Sexting pode ser considerado como uma faceta da sociedade do espetáculo. Pois os praticantes deste utilizam as suas imagens, com o propósito de produzir espetáculo de si, a fim de ganhar visibilidade.

 

É importante salientar que na sociedade do espetáculo, tudo deve ser mostrado, pois vivemos permeados numa cultura do visual, em que o importante é aparecer, já que apenas o que é bom aparece. Mas ao mesmo tempo não basta aparecer, há que chocar, há que chamar à atenção. Nessa vontade de aparecer, as pessoas expõem sua vida íntima na Internet e assim algumas questões como a sexualidade, o erotismo, o corpo, entre outros, passam a ser usadas como forma de ganhar visibilidade.

 

É nesse viés que práticas como a do Sexting, que emergem na nossa sociedade, podem ser consideradas espetáculos íntimos, que são realizados com intuito de ganhar fama e tornar essas pessoas como celebridades do momento. Nesse sentido, a sexualidade passa a ser considerada uma mercadoria, que está inserida na lógica do consumo. Pois os sujeitos expõem sua sexualidade, a fim de conquistar o sucesso. Em troca disso, os espectadores podem consumir a vida alheia.

 

 

Sexting ou Reveng Porn?

 

Até aqui falamos do Sexting provocado pelo próprio, com objetivo de alimentar o seu Ego ou como forma de conquistar alguém. Mas pode também ser usado como uma vingança, quando a pessoa que recebe a mensagem partilha com outros.

 

São vários os casos de relacionamentos entre pessoas, que após terminarem a relação, publicaram as fotos dos seus ex-companheiros nas redes sociais. Fotos que foram enviadas com o seu consentimento, ou até mesmo vídeos que expõem a sua privacidade. Aliás, muitas das vítimas não têm consciência de que um dia estas informações íntimas podem ser desviadas sem o seu consentimento, arriscando-se até a que sejam publicadas em páginas Web pornográficas. Este fenómeno, submergido na prática do Sexting, designa-se de Reveng Porn, porque o objetivo é cruel.

 

O termo Reveng Porn é utilizado para descrever a distribuição de imagens sexualmente explícitas sem o consentimento do(s) individuo(s) representado(s) nas imagens. Esta situação é classificada como uma forma de assédio grave e um tipo de violência doméstica.

 

Este problema assume uma carga social e emocional muito grande para as vítimas e pode causar situações constrangedoras e até ameaçadoras. Caso a informação pessoal das vítimas esteja associada aos conteúdos em causa. As vítimas são geralmente perseguidas, ameaçadas e podem ver-se obrigadas a abandonar a sua vida “normal” como resultado da sobre-exposição da sua imagem. Alguns países já tratam este problema como um crime e, como tal, punido judicialmente.

 

Sexting e as suas implicações

 

Depois de se enviar uma foto ou um vídeo através da internet, não há mais controlo sobre como  poderá ser usada ou sobre como afetará a imagem da pessoa. Atualmente é tão fácil enviar ou armazenar provas de todo e qualquer comportamento para que outros possam ver e em caso de devassa, a defesa não é fácil. Quem insere o material na internet usa pseudónimos e outros computadores. Dada a rapidez de propagação, é muito difícil retirar esse material depois.

 

A questão prende-se mais com a privacidade do que com a prática de Sexting em si. Quando se carrega no botão, a pessoa confia que as imagens não serão partilhadas. As pessoas podem não ter uma perceção clara de que quando as imagens são enviadas perdem o controlo do modo como os recetores lidam com as mesmas.

 

Sexting também se torna problemático quando a pessoa é pressionada ou coagida. Seja por outra pessoa ou pelos pares. Assim, a pessoa que fez o Sexting pode sofrer o ciberbullying, ou seja, ser objeto de burla, comentários prejudiciais e assédio.

 

Outro risco de Sexting, é a sextorsión. Ou seja, que a pessoa que tem o conteúdo, usá-lo para chantagear a vítima ameaçando-a com sua publicação. Em muitos casos, este exige o envio de mais imagens ou vídeos e nos casos mais extremos, ele pode até pedir favores sexuais. Em relação à sextorsión, há outro fenômeno chamado grooming. Que é definido como o conjunto de estratégias usadas por um adulto para ganhar a confiança de um menor para fazer concessões sexuais.

 

 

O resultado de atos de Sexting pode ser devastador.

 

Algumas pessoas sentem-se de tal forma aterrorizadas que perdem a confiança até nos amigos mais próximos.

 

Por outro lado, quem divulga sem permissão de outra pessoa, quem coage, quem chantageia pode ser punido legalmente por esse ato. Quer sejam adultos, adolescentes, jovens ou crianças.

 

Paralelamente os vários estudos realizados sobre esta temática mostram que Sexting é um indicador do comportamento sexual. E pode estar associado a outras questões de saúde e de comportamentos de risco. A pessoa que envia o Sexting e é assediada, humilhada, envergonhada pode desenvolver distúrbios psicológicos tão sérios quanto a ansiedade, a depressão, perda de auto-estima, isolamento social e até o suicídio. Nestes casos, a terapia psicológica ajuda não só a superar os distúrbios gerados pelas consequências do sexo, mas também a ensinar a reagir a esse tipo de situação.

 

 

Sexting na adolescência

 

Se até agora fomos falando sobre o Sexting de uma forma geral, considera-se pertinente particularizar sobre este comportamento na adolescência. O Sexting é cada vez mais comum entre os adolescentes. Elas têm dificuldade em admitir que o fazem. E eles garantem que recebem várias imagens e vídeos e que às vezes mostram aos amigos. Aliás um estudo recente realizado na Europa concluiu que um quarto dos adolescentes usa o telemóvel para práticas de Sexting.

 

Por regra, são elas que enviam fotografias mais reveladoras, a pedido de rapazes com quem namoram ou querem namorar.

E porquê?

Porque são influenciadas por eles e às vezes são mesmo pressionadas. Mas também porque o fazem numa base de confiança na outra pessoa. Por isso o problema do Sexting não é a prática em si, mas a privacidade de quem o pratica.

 

Nos vários estudos realizados, os investigadores salientam que é impossível dissociar a crescente prática de Sexting à utilização abusiva que hoje em dia se dá aos smartphones e outros dispositivos móveis. O grande contacto com a tecnologia, o facto de não medirem bem o risco e de estarem numa fase de descoberta da sexualidade, os adolescentes são sempre um alvo fácil no que toca ao “fenómeno de imitação”, em que a “influência de grupo é muito importante”.

 

Os próprios jovens – que já começam a considerar esta prática como normal – admitem que são as raparigas as mais prejudicadas com o Sexting. Tal como mostram as respostas dos jovens portugueses nas entrevistas do estudo “Net Children Go Mobile“. Divulgado recentemente, em que estes referem que “elas ficam mais expostas”. E que:

“ninguém gosta de namorar com uma rapariga que já teve uma fotografia comprometedora espalhada pela internet”.

 

Devido à prática crescente, os investigadores dizem que deve haver mais informação sobre Sexting e potenciais consequências e que este tema deve ser uma componente da educação sexual. Tanto mais que os adolescentes devem ser alertados sobre o risco de poderem estar perante pedófilos.

 

Cada vez mais, os adolescentes usam a webcam para ter experiências sexuais, não só com o seu namorado ou namorada. Mas também com audiências mais vastas, através de serviços como o Skype, chats online com webcam, onde o participante conversa com um estranho aleatório.

 

Passamos de um modelo de educação demasiado normativa (com princípios de valores rígidos), para outra abordagem permissiva e às vezes um tanto desequilibrada em meio aos cenários digitais. Educar não é somente informar. Mas sim orientar e transmitir valores que possam ajudar esses jovens a realizar escolhas responsáveis e saudáveis. O bom diálogo e orientação, em qualquer geração, é o melhor caminho para um desenvolvimento sadio e seguro. Mais importante que proibir é orientar.

 

 

Porque é que o Sexting é um perigo para os Adolescentes?

 

Os riscos dessa prática começam com a divulgação das imagens ou vídeos entre pessoas que não eram os destinatários. Ao lidar com conteúdo íntimo, a sua disseminação supõe uma perda de privacidade e consequente deterioração da sua imagem pública. O sentimento de humilhação e traição que implica pode causar falta de confiança nas futuras relações. Bem como problemas psicológicos como ansiedade, depressão, etc.

 

Além disso, esta divulgação também pode envolver consequências mais complexas, tais como:

  • Cyberbullying. A humilhação pública pode levar a comportamentos de assédio que levam ao ciberbullying.
  • Extorsão ou chantagem. O conteúdo também pode ser usado como uma ferramenta de chantagem solicitando qualquer recompensa em troca de não divulgar.
  • Higienização e assédio sexual. Nos casos de assédio sexual ou abordagem de adultos a menores com intenções sexuais, essa extorsão é usual para exigir que mais conteúdo seja enviado ou mesmo contato sexual direto.
  • Riscos físicos. Esses conteúdos podem ser usados ​​para que os agressores selecionem as suas vítimas. Às vezes, o conteúdo mostra elementos que ajudam a determinar a localização facilmente (escola onde estudam, endereço, localização geográfica, etc.).

 

 

Como educar os Adolescentes a lidarem com o Sexting?

 

É necessário que os pais conversem com crianças e adolescentes ajudando-os a coexistir com a realidade que as rodeia. Estas são algumas reflexões que podemos compartilhar com eles para que eles tomem consciência da situação:

 

Pensar antes de enviar

O que se publica on-line torna-se irrecuperável. O que quer agora mostrar sobre si próprio, talvez amanhã pode não gostar. A quem envia hoje, amanhã pode não ser um amigo. Além disso, mais e mais sites são dedicados a colecionar e divulgar essas imagens.

 

Estimular a auto-estima dos filhos

Pois um(a) jovem com boa auto-estima não permitirá que isso aconteça com ele(a).

 

Ensinar aos filhos a importância de não compartilhar ou reenviar esse tipo de mensagem, caso a receba.

As imagens são dados pessoais protegidos por lei. A imagem de alguém não pode ser usada sem o consentimento da pessoa envolvida. Receber uma imagem de uma pessoa, não lhe dá o direito de distribuí-la.

 

Falar com os filhos sobre as consequências de participar na humilhação e assédio de outra pessoa cuja imagem foi difundida

 

Criar um vínculo de confiança com os filhos. Para que eles possam comunicar abertamente com os pais, para que estes sejam as primeiras pessoas contactadas no caso nos jovens precisarem de ajuda

 

Orientar os filhos sobre o uso responsável da tecnologia e sobre os riscos associados a ela

 

Se for dar um telemóvel, computador ou tablet a um menor de idade, deve ser explicado a finalidade do uso, o que pode fazer e o que não pode

 

Não proibir, simplesmente, o uso da tecnologia

A curiosidade, acompanhada pela restrição dos pais, leva a que os filhos possam procurar a informação que querem através de amigos e outras pessoas de forma irresponsável.

 

 

A melhor maneira de cuidar da integridade de nossos filhos é falar com eles sobre as consequências do uso inadequado da sexualidade. Tanto a curto como médio prazo.

 

A sexualidade baseada no respeito deve fazer parte da tarefa educativa da adolescência. Etapa da vida onde a afetividade precisa de boa orientação. A tarefa dos pais é promover uma sexualidade baseada na dignidade da pessoa. Que não é nada mais do que o respeito do próprio corpo e do corpo do outro.

 

Sexting e segurança da privacidade

 

Se cometeu um erro não é o fim do mundo.

 

É importante que não se isole e não deixe que uma má prática interfira com as experiências positivas que pode obter através da Internet. É preciso, acima de tudo, manter a calma e pensar sobre como minimizar os efeitos desse erro. Pensar em primeiro lugar quem é a pessoa ou organização que pode ajudar a resolver a situação. Toda a informação disponível sobre os factos, tal como aconteceram e como se sente a respeito dos mesmos, é fundamental para melhor ajudar.

 

Deve pedir imediatamente à pessoa a quem enviou a foto ou mensagem que a apague. Alguém que gosta de nós ou que nos respeita irá acatar a decisão. Se não for o caso, a pessoa pode e deve ser punida por lei.

 

Não se deve esperar muito tempo a reagir, quanto mais rápido mais depressa se recupera o controlo da situação.

 

Deve pedir-se ajuda a alguém em quem se confia, um amigo, um familiar ou ao Centro Internet Segura para receber orientações sobre como agir.

 

Graças aos direitos de imagem, a foto não pode ser difundida sem a autorização do próprio. Ou sem a autorização dos pais se for menor. É ilegal. Se tomar conhecimento de que alguém abusivamente publicou fotos suas sem o seu conhecimento, pode e deve agir legalmente.

 

Utilize vários motores de busca para encontrar as suas fotos na Internet. Digite o seu nome e/ou o nome que usa para os seus perfis em redes sociais. Também pode programar os Alertas do Google para fazer este trabalho. Pois uma foto que ainda não está online pode vir a estar.

 

Deve remover as suas fotos dos lugares onde aparecem. Regra geral as redes sociais possuem botões para denunciar fotos que não cumprem as regras de utilização do serviço. Num website deve contactar os responsáveis pela gestão do mesmo ou os prestadores do serviço de alojamento onde a foto está publicada. Se não resultar de imediato deve avisar a polícia.

 

E quando o conteúdo não pode ser removido?

 

Infelizmente existem algumas ocasiões em que o conteúdo não pode ser removido. Se esse for o caso, o melhor a fazer é criar informação positiva a seu respeito na Internet. Pode comentar notícias, participar em fóruns, criar blogues, criar novas contas em redes sociais (que não tem de usar) com o mesmo nome que aparece associado às fotografias que publicaram a seu respeito. Quanto mais informação positiva houver a teu respeito, mais “enterrada” fica a informação indesejável sobre ti nas listas dos motores de busca.

 

Enfim, a imaginação é o limite mas o bom senso é o colete salva vidas.

 

Patrícia Oliveira – Psicóloga WeCareOn